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Francisco Beltrão
sexta-feira, 06 de junho de 2025

Edição 8.220

06/06/2025

Cocho automatizado reduz custos do produtor e melhora o ganho de peso dos bovinos criados a campo

Os sócios fizeram demonstração em uma fazenda no interior de Palma Sola (SC).

Empresa de Palma Sola (SC), que montou escritório em Francisco Beltrão, desenvolveu um cocho para sais minerais de bovinos móvel, com placa solar e automatização.

Os sócios da empresa Belinq, de Palma Sola (SC), promoveram uma demonstração de campo de um equipamento para a pecuária de corte que pode melhorar o ganho de peso dos animais e reduzir custos e desperdícios e melhorar a rentabilidade do produtor. A apresentação do equipamento – Cocho Automatizado Belinq CA 2000 e CA 4000 – na fazenda Belink, no interior de Palma Sola, reuniu pecuaristas e empresas parceiras das regiões Oeste de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná. Marcelo Enderle, um dos sócios da Belinq, explicou que se trata de um equipamento único no Brasil para o fornecimento de sais minerais para os bovinos criados a campo e que possui, também, várias patentes registradas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) com funcionalidades que, durante os estudos e testes, acabaram sendo agregadas ao seu desenvolvimento. “A grande maioria das tecnologias [hoje] são focadas para gado em confinamento”, ressaltou. 

O equipamento
O cocho automatizado que fornece o insumo – sais minerais – de forma gradativa aos animais, permite a estocagem do produto, possui proteção, tem placa de captação de enegia solar para o funcionamento do equipamento – é autossuficiente em energia -, possui módulo de transporte por trator, quadriciclo ou camionete e é de fácil locomoção entre os piquetes onde ficam os rebanhos. Marcelo destaca também que “a garantia da suplementação mineral, é o grande ponto que impacta em peso diário [do animal], focando em minimizar a mão de obra e garantindo a qualidade nutricional dos animais”.

Cada cocho possui um sistema de automação e central que controla todo o sistema de dosagem, para poder garantir a qualidade da nutrição animal. Foram desenvolvidos dois modelos de cochos automatizados: o CA 2000, de dois metros de cumprimento, com capacidade de estocagem para 350 a 400 quilos de insumos (sais minerais) e fornecimento aos bovinos, e o CA 4000, que tem capacidade para o dobro da quantidade. Todo o projeto foi desenvolvido pela Belinq. Foram elaborados os projetos mecânico, de automação e as funcionalidades. Marcelo destacou que “o quadro societário é formado por uma equipe multidisciplinar: engenheiro de automação, engenheiro agrônomo, técnico industrial, médico veterinário, engenheiro florestal. A gente uniu estas expertises pra chegar no produto que estamos apresentando hoje”.

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Três anos de estudos
A Belinq nasceu há aproximadamente três anos. Havia uma dificuldade na fazenda, surgiu a primeira ideia que depois ganhou corpo, houve a união de outras pessoas em um objetivo único. Marcelo diz que “a gente viu que as dificuldades que foram sendo resolvidas, acabaram chegando num produto que resolve o problema de outras propriedades de gado a pasto”. Os empreendedores perceberam que a dificuldade da fazenda Belinq era a mesma de outras. O sócio conta que foram três anos de trabalho e dois anos de testes “num dos equipamentos a campo que a gente trouxe do campo e conseguiu validar vários benefícios: na questão de minimização da mão de obra, [o operador ou produtor rural] não precisa acessar o sistema todo o dia pra fornecer o mineral; conseguimos medir resultados bem significativos de perdas de insumos e, principalmente, a suplementação constante que garantiu peso diário do lote que foi comparado com o uso e sem o uso deste sistema”. 

Nos testes e comparativos foram percebidos a redução de custos com insumos que eram dispersados em função de umidade de chuvas, e umidade nos cochos tradicionais. Rafael Link, diretor comercial da empresa, disse as negociações já podem ser feitas. A fabricação da parte de metal do cocho ficará a cargo de uma indústria. A gente tem uma fábrica muito grande conosco que vai ter viabilidade de produzir dez equipamentos por dia se for preciso”, explicou. Ele adiantou que o foco será atender, nesta etapa inicial, mais a região Sul do Brasil. “Vamos atender desde o pequeno ao grande produtor com a mesma eficiência”. Num prazo de um ano a ideia é que a empresa já tenha atuação nacional. “A gente está estruturando a empresa pra atender todo o Brasil em um ano.” 

A parte da assistência técnica, que é algo importante para os clientes, também será estruturada pela Belinq. “Toda esta parte a gente já vem estruturando dentro da nossa empresa, a gente não quer que dê problema, mas se der que seja resolvido o mais breve possível”, ressaltou Rafael.A base da nova empresa está sediada em Palma Sola (SC) e um escritório está sendo aberto em Francisco Beltrão. A Belinq tem como sócios Marcelo Enderle, Ricardo Benetti, Leonardo Link, Daniel Link e Rafael Link. O secretário de Planejamento de Francisco Beltrão, Alexandre Pécoits, participou da solenidade de lançamento e destacou como importante encontrar e fomentar e empreendedores inovadores e técnicos para os problemas reais do Brasil. “Um projeto desta natureza tem um potencial enorme de produção para gado a campo. Há necessidade de tecnologias adequadas e [a inovação] é a chave para o sucesso de um empreendimento.”

Os sócios da nova empresa e do equipamento: seu Ademir Belink (de boné) é apoiador do projeto e dono da propriedade, onde foram realizados todos os testes a campo do alimentador Belinq e o campo de demonstração.

 

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