Os sócios fizeram demonstração em uma fazenda no interior de Palma Sola (SC).

Os sócios da empresa Belinq, de Palma Sola (SC), promoveram uma demonstração de campo de um equipamento para a pecuária de corte que pode melhorar o ganho de peso dos animais e reduzir custos e desperdícios e melhorar a rentabilidade do produtor. A apresentação do equipamento – Cocho Automatizado Belinq CA 2000 e CA 4000 – na fazenda Belink, no interior de Palma Sola, reuniu pecuaristas e empresas parceiras das regiões Oeste de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná. Marcelo Enderle, um dos sócios da Belinq, explicou que se trata de um equipamento único no Brasil para o fornecimento de sais minerais para os bovinos criados a campo e que possui, também, várias patentes registradas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) com funcionalidades que, durante os estudos e testes, acabaram sendo agregadas ao seu desenvolvimento. “A grande maioria das tecnologias [hoje] são focadas para gado em confinamento”, ressaltou.
O equipamento
O cocho automatizado que fornece o insumo – sais minerais – de forma gradativa aos animais, permite a estocagem do produto, possui proteção, tem placa de captação de enegia solar para o funcionamento do equipamento – é autossuficiente em energia -, possui módulo de transporte por trator, quadriciclo ou camionete e é de fácil locomoção entre os piquetes onde ficam os rebanhos. Marcelo destaca também que “a garantia da suplementação mineral, é o grande ponto que impacta em peso diário [do animal], focando em minimizar a mão de obra e garantindo a qualidade nutricional dos animais”.
Cada cocho possui um sistema de automação e central que controla todo o sistema de dosagem, para poder garantir a qualidade da nutrição animal. Foram desenvolvidos dois modelos de cochos automatizados: o CA 2000, de dois metros de cumprimento, com capacidade de estocagem para 350 a 400 quilos de insumos (sais minerais) e fornecimento aos bovinos, e o CA 4000, que tem capacidade para o dobro da quantidade. Todo o projeto foi desenvolvido pela Belinq. Foram elaborados os projetos mecânico, de automação e as funcionalidades. Marcelo destacou que “o quadro societário é formado por uma equipe multidisciplinar: engenheiro de automação, engenheiro agrônomo, técnico industrial, médico veterinário, engenheiro florestal. A gente uniu estas expertises pra chegar no produto que estamos apresentando hoje”.
Três anos de estudos
A Belinq nasceu há aproximadamente três anos. Havia uma dificuldade na fazenda, surgiu a primeira ideia que depois ganhou corpo, houve a união de outras pessoas em um objetivo único. Marcelo diz que “a gente viu que as dificuldades que foram sendo resolvidas, acabaram chegando num produto que resolve o problema de outras propriedades de gado a pasto”. Os empreendedores perceberam que a dificuldade da fazenda Belinq era a mesma de outras. O sócio conta que foram três anos de trabalho e dois anos de testes “num dos equipamentos a campo que a gente trouxe do campo e conseguiu validar vários benefícios: na questão de minimização da mão de obra, [o operador ou produtor rural] não precisa acessar o sistema todo o dia pra fornecer o mineral; conseguimos medir resultados bem significativos de perdas de insumos e, principalmente, a suplementação constante que garantiu peso diário do lote que foi comparado com o uso e sem o uso deste sistema”.
Nos testes e comparativos foram percebidos a redução de custos com insumos que eram dispersados em função de umidade de chuvas, e umidade nos cochos tradicionais. Rafael Link, diretor comercial da empresa, disse as negociações já podem ser feitas. A fabricação da parte de metal do cocho ficará a cargo de uma indústria. A gente tem uma fábrica muito grande conosco que vai ter viabilidade de produzir dez equipamentos por dia se for preciso”, explicou. Ele adiantou que o foco será atender, nesta etapa inicial, mais a região Sul do Brasil. “Vamos atender desde o pequeno ao grande produtor com a mesma eficiência”. Num prazo de um ano a ideia é que a empresa já tenha atuação nacional. “A gente está estruturando a empresa pra atender todo o Brasil em um ano.”
A parte da assistência técnica, que é algo importante para os clientes, também será estruturada pela Belinq. “Toda esta parte a gente já vem estruturando dentro da nossa empresa, a gente não quer que dê problema, mas se der que seja resolvido o mais breve possível”, ressaltou Rafael.A base da nova empresa está sediada em Palma Sola (SC) e um escritório está sendo aberto em Francisco Beltrão. A Belinq tem como sócios Marcelo Enderle, Ricardo Benetti, Leonardo Link, Daniel Link e Rafael Link. O secretário de Planejamento de Francisco Beltrão, Alexandre Pécoits, participou da solenidade de lançamento e destacou como importante encontrar e fomentar e empreendedores inovadores e técnicos para os problemas reais do Brasil. “Um projeto desta natureza tem um potencial enorme de produção para gado a campo. Há necessidade de tecnologias adequadas e [a inovação] é a chave para o sucesso de um empreendimento.”
