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Francisco Beltrão
sábado, 07 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Primeiras conversas para formalizar o União Brasil já estão sendo feitas

No Sudoeste, os dois partidos unidos teriam três prefeitos e quatro vices.

Desde setembro as notícias pipocaram na imprensa brasileira, a fusão entre o DEM e o PSL. Em 6 de outubro, a confirmação, com as convenções chancelando o processo que resultará na criação de uma nova sigla, a União Brasil. “Por aqui já temos algumas conversas para montarmos o União Brasil”, comentou o vereador de Francisco Beltrão Pedro Tufão Filho, eleito em novembro passado pelo PSL com 1.307 votos — o quinto mais votado entre os 13 titulares da legislatura 2021-24.

Segundo suplente do PSL, Bruno Savarro disse que a “tendência” é ele aderir ao União Brasil.
Em Beltrão, o DEM acabou sumindo. Em 2020 não teve nem nominata a vereador. Seu último representante legislativo foi o pai do vereador Pedro — Pedro Claudionor dos Santos Tufão, eleito em 2016, que acabou falecendo em julho de 2018, por problemas de saúde.

A ideia da nova sigla é também ter um nome próprio para disputar a Presidência da República e lançar candidatos ao governo em ao menos dez estados. No Paraná, tanto DEM quanto PSL são da base do governador Ratinho Júnior (PSD). É improvável que a União Brasil se afaste do governo.

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No plano nacional, as lideranças Luciano Bivar (ex-PSL, presidente) e ACM Neto (ex-DEM, secretário-geral) têm dito que o novo partido será oposição ao governo Bolsonaro. Isto afastará algumas lideranças identificadas com o presidente. No Paraná, por exemplo, o deputado estadual Fernando Francischini, eleito pelo PSL, é bolsonarista. O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, é do DEM. Seu futuro é uma incógnita.

Vereador Pedro Tufão Filho, eleito pelo PSL de Beltrão.

Líderes nacionais
No plano nacional, entre os nomes sonhados que podem dar consistência ao partido estão o do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Geraldo Alckmin (PSDB), ex-governador de São Paulo, e Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais.
Hoje dois ministros do governo Bolsonaro são do DEM , Onyx Lorenzoni (Secretaria Geral de Governo) e Tereza Cristina (Agricultura). Ou eles não vão para o União Brasil — mais provável —, ou deixam o governo.

Sudoeste: três prefeitos e três vices do PSL; uma vice-prefeita do DEM
No Sudoeste, o DEM não tem nenhum prefeito; tem somente a vice-prefeita de Flor da Serra do Sul, Luci Rolim. Já o PSL tem três prefeitos, Marciano Vottri (Vitorino), Volmar Duarte (Salgado Filho) e Edson Cenci (Chopinzinho). O PSL tem três vice-prefeitos, Giovani Tolloti, em Marmeleiro; Edson de Oliveira, em Bom Sucesso do Sul; e Márcio Tibes, em Vitorino.

Histórico
Na avaliação de dirigentes do DEM, a fusão de ambas as siglas, além de uma questão de sobrevivência devido a mudanças nas regras eleitorais, tem por objetivo garantir a relevância dos dois partidos após as eleições de 2022.

Isso porque o PSL foi nanico por cerca de 25 anos, desde a sua fundação, em 1994, até 2018, quando abrigou Bolsonaro na disputa pela Presidência da República. A onda bolsonarista fez o partido eleger a segunda maior bancada da Câmara e, com isso, ter a segunda maior fatia da verba pública partidária e eleitoral a partir de 2019.?

Porém, sem Bolsonaro, que rompeu com a sigla ainda em 2019, o PSL dificilmente terá desempenho perto do que conseguiu em 2018, mesmo com os cofres de campanha cheios.
As eleições municipais de 2020 foram uma prévia. O partido elegeu 90 prefeitos, nenhum deles em grandes cidades.

Já o DEM está longe dos áureos tempos dos anos 1980 e 1990, quando sob o nome de PFL (Partido da Frente Liberal) chegou a ter a maior bancada da Câmara e a presidir as duas Casas do Congresso, além de ter a Vice-Presidência da República.

Com a chegada do PT ao poder, o partido trilhou o caminho da oposição e acabou entrando em declínio.

Em 2007, na tentativa de se renovar, trocou o comando e mudou o nome para Democratas. Em 2014, chegou ao fundo do poço, tendo eleito apenas 21 deputados federais.
O partido ganhou um novo fôlego após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, e com a eleição de Rodrigo Maia (RJ) para a presidência da Câmara. Em 2019, venceu também o Senado, com Davi Alcolumbre (AP).
A sucessão de Maia, em 2021, porém, levou a um racha no partido. Seu candidato, Baleia Rossi (MDB-SP), acabou derrotado por Arthur Lira (PP-AL). Maia se disse traído e acabou expulso. Além de perder o ex-presidente da Câmara, a sigla também viu a saída de Rodrigo Garcia (PSDB), vice-governador de São Paulo


Oficialização em fevereiro

A partir da determinação das convenções, será formada uma comissão instituídora, que enviará o processo de fusão do DEM e do PSL ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A expectativa é que o partido seja oficializado pela Justiça até fevereiro.
“Vamos determinar bom senso para procurar o melhor caminho, a melhor saída, de composição para os estados a fim de que a União Brasil chegue a 2022 com a possibildade de ser o partido mais vitorioso nas urnas respeitando a história”, afirmou ACM Neto.
Luciano Bivar afirmou que o cenário a respeito do tamanho da bancada da sigla só ficará claro após a janela partidária das eleições — período em que deputados podem migrar de partido sem serem punidos —, que ocorre em março de 2022.
A ideia dos dirigentes do provável novo partido é lançar candidato à Presidência ou apoiar formalmente um nome que não seja Bolsonaro.

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