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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Padre Ari viveu quase 87 anos

Ele veio da Bélgica logo após sua ordenação, em 1961, e dedicou a maior parte de sua vida ao sacerdócio aqui no Sudoeste do Paraná.

Odair Cogo, Aline Krupkoski, Estêvão Risso, Padre Ari, Vicente Túrmina e Paulo Ávila em frente ao Chalé da Rua Argentina, no dia que embarcavam para mais uma viagem pela América do Sul (14-3-2012).

Domingo de manhã, lotou a matriz São José da Vila Nova para missa de despedida de Harry Van Briel, o popular Padre Ari, falecido sábado, dia 24, em Francisco Beltrão, aos 86 anos. O sepultamento foi no Cemitério Municipal, no mesmo jazigo de outros padres belgas que também prestaram serviços ao Brasil e faleceram aqui.

Durante o velório, no centro social da Vila Nova, e na missa, muito se falou da vida do sacerdote belga que dedicou ao Sudoeste do Paraná – Capanema, Eneas Marques e Francisco Beltrão – 60 de seus quase 87 anos de vida. Cada pessoa tinha um relato, de um casamento, batizado, bênção de residências e estabelecimentos empresariais, e também das muitas viagens que ele fez, com grupos de amigos, para toda a América do Sul.

Queria ligar para a Bélgica
É bem conhecido o chalé onde residiu o Padre Ari, no Bairro Miniguaçu, final da Rua Maringá, mesma residência de dona Ilva Hanses com seus dois filhos adotivos Henrique e Sarita. Ela conta que dois dias antes ele se queixou de uma dor forte nas costas. Levado para uma consulta, o médico receitou cálcio e anti-inflamatório, não havia necessidade de internação. Na sexta-feira, foi levado ao posto de saúde somente para tomar os medicamentos.

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Na manhã de sábado, dona Ilva diz que ao levantar, 15 para as oito, ele estava no escritório e logo foi para a cozinha. Antes do café, Padre Ari disse que queria ligar para a Bélgica, onde ainda tinha parentes e amigos. Como o rádio estava ligado, ela perguntou se não era melhor ele ligar do escritório. Ele foi. Dona Ilva estranhou porque ele era de falar alto, e não estava mais ouvindo sua voz. Foi ver, ele estava recostado na cadeira, desfalecido.

O Samu foi chamado, os filhos Henrique e Sarita também tentaram ajudar, mas não havia o que fazer, era um infarto. Foi o tipo da morte que muitos gostariam de ter, sem sofrimento, sem hospitalização, simplesmente apagou.

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Vários oito
A missa foi concelebrada por oito padres: Dirceu e José Vieira da Vila Nova, Valdecir Bressani, Dettoni e Wagner da Diocese, Lamberto de Curitiba, Aloir e Carlos de Capanema. Simples coincidências, mas notei que havia mais oito. O teto da matriz é dividido em oito colunas de forro. O dia era 24, ou duas vezes quatro igual a oito. Mais uns dias e Padre Ari estaria completando 88 anos. E lá no cemitério seu esquife ocupou a sexta vaga do jazigo que possui oito gavetas.

Nas cinco gavetas já ocupadas estão os padres belgas Arthur Vangeel (4-9-1922 a 6-10-1984) – é ele quem dá o nome ao Cemitério –, Carlos Blaszik (27-4-1915 a 17-11-1990), Paulo de Broeck (7-12-1919 a 5-5-1993) e Ulrico (22-2-1912 a 29-4-1969), mais o Irmão Cirilo (30-8-23 a 26-6-1996).

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