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Francisco Beltrão
domingo, 08 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Mesmo ampliado, cemitério de Beltrão tem só mais cinco anos de vida útil

Prefeitura já estuda alternativas diante da demanda crescente por sepultamentos.

Criado na década de 50, o Cemitério Cristo Ressuscitado, de Beltrão, tem mais de 25 mil pessoas sepultadas e há 20 anos não é possível “adquirir terreno” no local. Só são sepultados familiares de quem já tem jazigo.

O principal cemitério de Francisco Beltrão é tão antigo quanto o município. Data de 1953 a criação do Campo Santo de Marrecas, numa área doada pela família Faedo, onde atualmente é o Bairro Presidente Kennedy. Os 20 mil metros quadrados fecham um quarteirão, mas a área se tornou limitada diante da demanda. Desde o início dos anos 2000, não é mais possível “adquirir terreno” no cemitério central, onde a Prefeitura estima que existam 25 mil pessoas sepultadas. “Os sepultamentos que ali ocorrem são por conta de famílias que já possuem jazigos ou quando é realizada a exumação e libera-se espaço”, detalha o secretário de Administração Antônio Bonetti.

Atualmente, os enterros de quem não tem jazigo da família ocorre no cemitério ao lado do aeroporto. Ali, um terreno lateral foi anexado e já está sendo utilizado para sepultamentos. Junto com a ampliação, a Prefeitura também regulamentou uma lei dos anos 80 estabelecendo os critérios para enterro no cemitério do município. Pelo decreto, editado neste ano pelo prefeito Cleber Fontana (PSDB), pessoas de baixa renda inscritas no CadÚnico estão isentas da taxa de sepultamento, mas os familiares de quem tem rendimento acima de um salário mínimo precisam desembolsar de R$ 300 a R$ 2,3 mil para poder fazer o enterro no local. “A tabela permite cobrar mais de quem tem mais condições e deixa claro que só pode ser sepultado no cemitério quem mora em Francisco Beltrão ou pessoas de fora que têm familiares residindo no município.”

Para otimizar o espaço, o cemitério do Aeroporto também passou a adotar como padrão os túmulos em gavetas ao invés do enterro no solo. Neste modelo, são erguidas estruturas com até três níveis, em que cabem nove caixões. Agora, por exemplo, um novo setor de gavetas está em construção e abrirá cerca de 170 novas vagas para sepultamento no cemitério.
Mesmo com os esforços do Poder Público, a criação de novas opções para destinar os mortos é um tema latente na cidade. A perspectiva da Prefeitura é de que entre três e cinco anos a estrutura do atual cemitério não comporte novos sepultamentos. O local tem mais de duas mil pessoas enterradas e a cada mês cerca de 12 novos enterros são realizados. Mas o município já estuda alernativas, apesar dos desafios.

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“Construir um novo cemitério público, hoje, é difícil devido às normas ambientais e pela dificuldade de se ter um local apropriado do ponto de vista da concordância da vizinhança. Mas já estamos buscando providenciar uma nova área, um novo cemitério, ou outras formas de sepultamento das pessoas falecidas. Estamos tendo essa preocupação, que está nos exiginido um planejamento neste sentido.”

Para dar sobrevida ao cemitério do Aeroporto, a Prefeitura de Francisco Beltrão adotou por padrão o sepultamento em gavetas. Neste setor, em construção, serão abertas mais 170 vagas.

Cremação se populariza
No mês passado, o vereador Quintino Girardi (PSC) apresentou uma indicação à Prefeitura propondo estudos para a criação de um crematório municipal na cidade, para atender, principalmente, as famílias de baixa renda.

Francisco Beltrão já possui um crematório – um dos três do Paraná – mas é um empreendimento privado. Vinicius Teixeira, gerente do Grupo Inocêncio, diz que a demanda pelo serviço no Crematório Jardim das Oliveiras está crescendo por vários motivos, inclusive devido à falta de espaço para sepultamentos. “As famílias estão optando pela cremação, porque há uma aceitação maior deste tipo de procedimento, pela forma diferenciada com que é feita a despedida em relação ao sepultamento e também pela dificuldade cada vez maior em se ter espaços nos cemitérios.”

Interior tem 70 cemitérios
Além dos dois cemitérios municipais, Francisco Beltrão tem cerca de 70 outros cemitérios espalhados pelo interior, estima a Diocese. Nestes locais, o critério geralmente usado para os sepultamentos é o mesmo que a Prefeitura adotou: moradores das comunidades ou pessoas com vínculo aos familiares que ali residem.
Os espaços são administrados pela diretoria da igreja local e há diferentes regras em relação à cobrança. Darci Dalla Pasqua é o responsável pelo cemitério de Linha Gaúcha, onde pede-se a colaboração de R$ 600 para sepultamento em túmulo e R$ 1,1 mil em jazigo. “É um valor espontâneo e a maioria paga, mas alguns não.” O cemitério de Linha Gaúcha passou a ser mais utilizado desde a criação da Vila Rural Gralha Azul, mas ainda há espaço para suportar sepultamentos por mais alguns anos. Em outras regiões do interior é preciso ser associado à comunidade e pagar uma anuidade para ter direito ao sepultamento ao “adquirir um espaço” para o enterro, segundo apurou o JdeB.

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