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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Por que ir ao cemitério e rezar pelos falecidos?

É um gesto de carinho. Todos os dias do ano eles são lembrados.

Além de levar flores, acender velas e rezar, o que se pode fazer pelos falecidos no Dia de Finados? Lembrar? Tem gente que lembra deles todos os dias do ano. 

Sempre, no Dia de Finados, 2 de novembro, é grande a movimentação nos cemitérios, principalmente se for um dia de tempo bom, como ocorreu nesta terça-feira. O que as pessoas vão fazer lá? Quando tem missa, participam. Nos outros horários, visitam túmulos, jazigos, ou acendem velas e rezam na área central, que, junto com uma grande cruz, tem local próprio para isso.

No Cemitério Municipal de Francisco Beltrão, perto das 11h, da manhã, o casal Inelso Luiz Bssso, de 63 anos, e Elizabete Martins Basso, visitava o túmulo de uma madrinha falecida há alguns anos. Inelso e Elizabete já tinham passado por outros locais, porque entre parentes e amigos eles calculam ter uns 50 falecidos. “No caso do cemitério, uma transição – revelou Inelso. A gente vem pra lembrar, pra agradecer e pra depois também ser lembrado.” Elisabete emenda: “Recordar as coisas boas e rezar pra que eles tenham o descanso eterno e a luz perpétua, e que seja iluminada para sempre a alma deles”.

João, Claudete e Paulina Janesko.

Paulina Maria Janesko, acompanhada da filha Claudete e do genro João Soares, visitava o jazigo onde estão sepultados seu marido Tadeu Janesko (6-6-1940 a 17-3-2003), mais o filho Sérgio João Janesko (25-3-1977 a 5-10-1991), recordando também a filha Terezinha e o genro Dirceu Bordin que faleceram em Coronel Vivida.

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“Vários falecidos, uma história bem triste de perdas”, definiu a filha Claudete que, ao ser perguntada sobre o motivo de ir ao cemitério, respondeu: “Na verdade, a gente vem aqui no Dia de Finados mais por um costume, todo mundo gosta de vir no Dia de Finados. Mas eu acho que todo e qualquer dia é dia de se vir aqui. Quando você sentir no coração a vontade e o desejo de vir aqui e conversar um pouquinho, porque eu imagino que conversar com Deus a gente não está vendo Deus, a gente conversa com Ele, pede as coisas pra Ele e ele nos atende. E eu sinto no meu coração que, se eu vier aqui, sentar aqui, desabafar com meu pai, sabe. Que às vezes eu brigo com ele, por que ele foi tão cedo? Eu acho que é uma forma de a gente aliviar o coração. Aqui é só a capela e os ossinhos dele que estão aí. Conversar com eles é uma coisa espiritual, matéria não tem mais, só cinzas, então isso é que faz que a gente venha aqui. Mas não precisa que seja só no Dia de Finados, que é um costume. Todos os dias da minha vida eu lembro deles. Meu pai, meus dois irmãos, meu cunhado que era como um irmão pra mim. Todos os dias da minha vida eu lembro deles, não tem como não lembrar.”


Que tenham bom lugar.

E a dona Paulina, o que devemos fazer pelos nossos falecidos? “Olha, pedir a Deus que dê um bom lugar, que descanse em paz, porque a gente não tem mais o que fazer pra ele. O que fizemos em vida, tudo bem. Eu nunca esperei de ficar viúva, porque era mais nova que ele, em vez foi uma surpresa. Sinto muita saudade, um aperto no coração, tem dias que não dá vontade nem de falar, mas fazer o que, é a vida, né?”

Valdecir e Celoni da Silva e a filha Viviane foram cedo no cemitério do KM-8 e depois no Cemitério Municipal, onde está sepultada a mãe de Celoni, Redorfina Clara de Lima, falecida aos 56 anos, em 1987, mais os falecidos Marcolino de Brun e João Leosir.

Valdecir, Viviane e Celoni da Silva.

Dona Celoni, por que vamos ao cemitério no Dia de Finados? “Porque é um gesto de carinho. Já que a gente não tem eles, a gente vem como um gesto de carinho, acender vela, rezar, mas não só no Dia de Finados, tem que lembrar sempre, no aniversário deles, como se eles estivessem vivos dentro de nós.”

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E o marido Valdecir da Silva, o que diz? “É, esta data é mais lembrada. Mas todo dia, se você for analisar, é dia deles, eles que geraram a gente, os pais, deram a vida pra nós. Então este dia representa mais, mas todos os dias são dias deles também. Neste dia a gente vem com mais fé, rezar, acender umas velas.”

E a Viviane, filha do casal Celoni e Valdedir, diz que nem chegou a conhecer sua avó Redorfina?

“Todo dia eu lembro deles, mas hoje, em especial, a gente vem e pensa neles com um pouco de carinho, de amor, de afeto. Sei deles o que os nossos pais contam. Então hoje a gente vem, acende velinha, reza por eles, pra eles poderem descansar em paz.”

Inelso Luiz e Elizabete Basso.

Cremar ou não cremar?
Inelso Basso: “Na minha opinião, não tem preferência. Acredito que a alma está independente do corpo. O corpo do pó veio e ao pó volta. Então, depois que você fez a transição, o corpo tanto faz ser cremado como ser sepultado.”

Fica na vontade de quem está ali no momento, vamos sepultar ou vamos cremar”, complementa Elisabete.

Claudete Janesko: “Indiferente. Eu acho que a cremação é uma forma de se economizar espaço, do jeito que as coisas estão ficando hoje, mas cada um escolhe”.

Viviane Fernandes da Silva: “Pra mim não tem diferença nenhuma. Eu acho que, se cremar e trazer a urna e por no cemitério, como já escutei o padre falar”.

Valdecir da Silva: “Se deixar na capela guardada, vai ser o mesmo sentimento que estar ali. Pra mim, acho que não diferencia muito da cremação, desde que a pessoa seja lembrada”.

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