16.9 C
Francisco Beltrão
segunda-feira, 09 de junho de 2025

Edição 8.222

10/06/2025

Você já usou brilhantina?

Geral

Izaura e Valdir já completaram 59 anos de casados. Na foto, Valdir mostra um pente e o lenço que que usa diariamente no bolso de sua calça. Na foto, ele mostra também o espelho, mas esse já não usa mais.

A brilhantina surgiu nos anos 50. É uma substância em forma de pomada usada no cabelo. Ela possui um cheiro discreto, deixa cabelo liso, modelado e brilhante. As fragrâncias mais usadas eram as de flor de maçã e babosa. A brilhantina fez muito sucesso no passado, mas se destacou na década de 70. Depois que o ator John Travolta fez o filme: “No tempo da Brilhantina”.

Na edição de hoje, o casal Valdir Agapito Zandonai e Izaura Pacheco Zandonai conta um pouco da história deles, vivida no tempo da brilhantina. Valdir tem 78 anos e é natural de Encantado (RS). Chegou em Francisco Beltrão, com treze anos e três dias. Sua profissão sempre foi madeireiro.

Ator John Travolta usando brilhantina.

Dona Izaura também está com 78 anos e é gaucha de Passo Fundo. Sua profissão é costureira. Quando chegou em Beltrão, estava com 18 anos. No dia 15 de novembro de 1962, eles se casaram na igreja Matriz de Beltrão. Tiveram quatro filhos: Marcia (falecida), Maristela, Antônio e Bráulio. O casal reside no Bairro da Cango, há mais de 40 anos.

- Publicidade -

Valdir conta que usou brilhantina somente duas vezes e não gostou. Ele lembra que se usava brilhantina para ir nos terços, bailes, domingueiras e pra namorar. Logo que o produto era aplicado, o cabelo ficava muito bonito e brilhava. No sol, a cor chegava ser prateada e o cabelo ficava bem molhado, “parecia que tinha sido lambido por uma vaca”, diz Valdir, bem-humorado.

Nessa época, os homens tinham o costume de carregar nos bolsos da calça: lenço, pente e espelho. Valdir não usou mais a brilhantina, porque, quando o corpo esquentava, ela derretia e escorria pelo rosto, nas orelhas e pelas costas. Virava uma lambuzeira danada. Na hora de dormir tinha que lavar a cabeça, pois senão ela grudava na fronha do travesseiro.

Pote de brilhantina.

Valdir diz nunca vai esquecer dos bailes que aconteciam nos sábados com chuva. As estradas eram todas de terra. O pessoal chegava pra dançar com os calçados embarrados. Os assoalhos dos pavilhões eram feitos de tábuas brutas. Durante a dança, o barro dos calçados começava secar e virava um poeirão. A poeira se misturava com a brilhantina escorrida e o suor. O rosto de quem estava de brilhantina ficava puro barro. No final do baile, não dava para chegar perto de alguns, porque tinham cheiro de chulé. Naquele tempo, não tinha muitas altenativas para tomar banho. Era só água e sabão de soda, aqueles fedidos, feitos de tripa de porco, buchada e cebo de gado. Sabonete e xampu ninguém usava. Valdir comenta: “O bom é que ninguém tinha caspa”.

Dona Izaura usava os bobs nos cabelos e batom bem forte. Sua cor preferida era vermelho. Passava pó de arroz no rosto, “a pele ficava branquinha”. O mesmo pó também era usado nos sovacos. Perfume era da marca Tabu e tinha um cheiro muito forte.

O casal sente saudades do tempo antigo, mas prefere os dias de hoje, porque tudo ficou muito melhor. A brilhantina não custa caro. Se alguém quer conhecer ou comprar e usar é só chegar na Farmashop, localizada no Centro de Beltrão, em frente ao Banco do Brasil. Lá eles possuem vários potes para serem comercializados.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques