Nesta semana esteve no Sudoeste. Ele não confirma, mas também não nega, que poderá ser candidato a deputado federal em 2022. Das acusações que recebeu, não teve nenhuma condenação.

Nesta semana o ex-governador Beto Richa (2011-2018) visitou vários municípios do Sudoeste. Em Francisco Beltrão, foi recebido pelo prefeito Cleber Fontana, que é do mesmo partido, o PSDB. Entre várias visitas, eles agendaram também o Jornal de Beltrão, para uma entrevista.
Beto se diz injustiçado, porque foi preso injustamente durante a campanha de 2018, no período que liderava as pesquisas para eleger-se senador. Após aquele episódio, ele conta que se isolou e só voltou a aparecer publicamente a partir do dia que esteve em Francisco Beltrão, 18 de setembro deste ano, na recepção ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, pelo PSDB do Paraná.
Das acusações que o levaram à prisão durante a campanha de 2018, até hoje ele não foi condenador em nada. Ao ser perguntado se ele será candidato a deputado federal no ano que vem, Beto Richa diz que ainda não é certo, mas não nega essa possibilidade. Conta que tem sido muito bem recebido por todos os lugares onde esteve nesses dois meses de viagens pelo Paraná.
Um comentário que se faz no meio político é que, se ele tivesse sido eleito senador em 2018, hoje, no lugar do governador do Rio Grande do Sul, ele, Beto, ex-governador do Paraná, é quem estaria disputando as prévias do PSDB para candidato a presidente em 2022. Ao ser perguntado sobre a dificuldade do Paraná de projetar seus políticos nacionalmente, Beto atribui isso à autofagia dos próprios políticos do Paraná.
Beto respondeu várias perguntas. Confira três que seguem.
– O senhor foi prefeito de Curitiba e, por oito anos, governador do Paraná. Qual é o desafio maior, na situação que vivemos hoje no Brasil, tanto para os prefeitos como para o governador?
– Desafios tem inúmeros. Ser gestor público hoje é o maior desafio que tem. As demandas são enormes, são crescentes e não há condições e recursos públicos pra atender a todas as necessidades, todas as expectativas da população. Por isso que tem que ter uma gestão transparente, uma gestão democrática; tem que estar em contato com a população, ouvir as necessidades mesmo e poder priorizar, não dá pra atender tudo. Governar, uma das definições é estabelecer prioridades de maneira democrática, mas, acima de tudo, austera, e uma gestão com coragem, muitas vezes tem que apresentar medidas duras, amargas e impopulares.
Esses dias ouvi a frase seguinte: “O gestor eficiente, responsável, é aquele que adota medidas impopulares, mesmo que cause desgastes a sua imagem e popularidade, mas que são importantes pro futuro da sociedade”. Foi quando eu fiz o ajuste fiscal, demandou muita coragem, apanhei bastante, gerou uma grande incompreensão, mas, naquele momento, levando chicotada no lombo, eu avisava: “Todos vão compreender melhor a necessidade dessas medidas quando comparar o Paraná que fez a lição de casa com os demais estados que não fizeram. E pode se comparar, transformamos o Estado em um canteiro de obras. Eu deixei o cargo dia 6 de abril de 2018 com duas aplicações do Banco do Brasil que somam 6 bilhões e 700 milhões de reais. Então, o equilíbrio fiscal, a melhor situação fiscal e financeira do País. São inúmeros desafios, o desafio maior é fazer mais com menos.
– O senhor está entre os que questionam a reeleição. Mas no seu caso a reeleição foi boa pro Paraná?
– Foi, hoje eu discuto a reeleição muito, na época eu já discutia, eu vou participar da eleição porque é um mecanismo que foi criado, eu tô no jogo, vou participar. As reeleições, em linhas gerais, não foram boas, eu defendo um mandato estendido, talvez, aí, uns cinco anos, porque, a cada dois anos eleição, paralisa as gestões, começa já a se programar eleição pro ano que vem, o custo pro País de organizar as eleições, uma série de situações.
– Sentiu isso como governador?
– Não, eu sempre fui zeloso em relação a isso. Não deixei que as obrigações lá do governo ficassem pra trás das questões eleitorais.
