Geral
Nascido no município de Candelária (RS) em 15 de novembro de 1942, Aldemar dos Santos, o ‘Professor Mário’, vive em Ampere desde o ano de 1964, quando veio do Rio Grande do Sul com sua esposa, Edi Elena dos Santos, falecida no ano de 2013. No Sudoeste paranaense o casal teve sete filhos. “Viemos para o Paraná a convite de parentes e nos estabelecemos em São Salvador.”
Hoje o Professor Mário vive com dona Amália Tasquem, que também ficou viúva. O motivo de o chamarem por ‘Mário’, ele explica: “Meu nome é Aldemar e foram me chamando de ‘Mar’ e ‘Mar’ e ‘Mar’, e por Mário fiquei. Todo mundo me conhece por Mário”. Ele foi o entrevistado do programa ‘Papo na Varanda’, conduzido pelo comunicador Hélio Alves, da Rádio Ampere e contou um pouco da sua trajetória, desde a vinda do Rio Grande até hoje.
Filho mais velho
Filho de Jorge Leoter dos Santos e Alduína Nunes, ambos naturais de Soledade (RS), Professor Mário é o mais velho de dez irmãos. Quatro deles faleceram ainda quando eram crianças, em função do Sarampo. Apesar de seus pais serem naturais de Soledade, a família mudou para Candelária. Naquele município todos sempre trabalharam como agricultores no cultivo do fumo. A propriedade ficava a 32 km da cidade. “Tinha as casas de comércio ali perto, onde a gente comprava os produtos que necessitávamos. Comecei a ir na aula com 9 anos e completei a quarta série lá, na época”, lembra o professor.
Depois de casar com a dona Edi, professor Mário recorda que eles residiram por um ano ainda no Rio Grande do Sul. “Depois meu pai veio embora pra cá e queria que nós fôssemos junto. Saímos de lá em 1964, dia 29 de junho e chegamos aqui em 3 de julho.”
São Salvador
Muitos dos parentes do professor vieram do Rio Grande do Sul e se estabeleceram em São Salvador e logo veio o convite para que ele e a esposa também deixassem o Rio Grande do Sul para morar no Paraná. “Pediram para a gente vir e viemos também para São Salvador. Compramos terra ali e depois eu fiquei com a minha parte. No começo, plantávamos em sociedade ali. Compramos em três, eu, meu pai e o professor Ireno, meu irmão. Depois eu fiquei com a minha parte. O meu irmão com a dele.” Ele afirma que a família tinha um sítio com cerca de quatro alqueires. “Disso, cerca de 40% era mato. Foi derrubado tudo pra plantar fumo e feijão e pagar aquela terra.”
Vida de professor
O irmão de Aldemar, o professor Ireno, lecionou na comunidade de São Salvador, depois foi embora para lecionar no município de Lindoeste, na região Oeste do Paraná. Depois, retornou a Ampere, onde lecionou por mais dois anos.
“Ele me convidou pra dar aula porque era muita criança, cerca de 150 alunos. O Mário Dellani era o secretário de Educação e Cultura e disse: ‘O seu Aldemar pode pegar’”. Era uma escola de madeira, no mesmo lugar onde a escola fica hoje. “Desmancharam aquela casinha de madeira, escolinha, e aí construíram uma sala com fundo, ali, com duas salas de aula, em 1972.”
Professor Mário conta que não havia quem fizesse a limpeza da escola e os professores e os alunos se uniam para deixar tudo em ordem. “Merenda, os alunos tinham que levar, porque não tinha na escola.” Os alunos eram todos da comunidade de São Salvador. “Eram cerca de 130 famílias na comunidade.”
Na comunidade de São Salvador, Mário deu aula por 23 anos. Depois desse período o professor Mário lecionou ensino religioso na Associação dos Trabalhadores Mirins (ATM). Havia também uma horta no fundo do lote e ele passou a ensinar as crianças a plantar as verduras.