Grupo aguarda o retorno das atividades, paralisadas por conta da pandemia.

Uma explosão de amor e de risos. “Doutores pintados de Alegria” faz parte do Ministério ConfessArte, um projeto de arte, como sugere o nome, inserido no contexto da comunidade Batista Betel, igreja cristã evangélica de Francisco Beltrão, sendo um veículo de comunicação e evangelização através da arte. “Doutores pintados de alegria” se dedicam a promover ações que levam mensagens de alegria, ânimo, amor e esperança, através de teatro, dança, música e arte circense, nos finais de semana, especificamente no Hospital Regional do Sudoeste. Por conta da pandemia, as atividades foram paralisadas, mas devem retornar assim que os protocolos sanitários permitirem.
“O grupo surgiu a partir da necessidade de usar o teatro como método de evangelismo, tendo em vista a eficiência das artes visuais para transmitir mensagens de forma clara e prazerosa, ficando aproximadamente dois anos trabalhando com peças curtas, explorando a técnica da pantomina, que faz uso das expressões faciais e mímicas”, comenta Fabiana Oligini, uma das coordenadoras.
Segundo Fabiana, em 2011, duas integrantes do grupo participaram do Acamparte, um congresso de arte cristã reconhecido a nível nacional por sua qualidade e diversidade de oficinas. Na ocasião, tiveram o primeiro contato com a Companhia Expressão de Amor, que é responsável pelo grupo Terapia da Alegria, que leva alegria e ânimo ao ambiente hospitalar em Maringá, através da arte e da palhaçaria. Naquele evento, dentre as oficinas oferecidas, elas participaram da oficina Clown no Hospital (Palhaço no Hospital).
Dessa forma, surgiu o interesse de acompanhar outros trabalhos existentes no Brasil e no mundo, grupos referência na arte clownesca, como Doutores da Alegria, Risologistas, Plantão da Alegria e Terapias da Alegria, que são inspiração e fonte de estudo para os “Doutores pintados de alegria”.
Trabalho no Hospital Regional
Em 2012, sob a liderança do casal Marlom e Fabiana Oligini, o grupo Confessarte saiu do campo restrito do teatro para realizar trabalhos externos, sempre de cunho social evangelístico, propondo-se a disponibilizar os seus trabalhos no sentido de auxiliar no processo de recuperação da saúde de pessoas hospitalizadas, familiares e todo corpo clínico do hospital. “Trata-se de uma proposta de interação com uma equipe de multiprofissionais e com os pacientes no âmbito do Hospital Regional do Sudoeste”, destaca Fabiana.
Os objetivos são interagir com os pacientes envolvidos no cotidiano no processo de reabilitação, equipe multifuncional e com os pacientes propriamente; introduzir o personagem Clown palhaço no contexto hospitalar como doutores fictícios; transformar o ambiente de aparente infortúnio em ambiente terapêutico, com música, teatro, poesia, circo e contação de histórias; registrar a evolução do paciente após a visita em um prontuário próprio do grupo, com linguagem própria, autônoma e, a longo prazo, apresentar resultados; e auxiliar para ampliar as forças do trabalho.
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Cada palhaço é um “doutor”
Atualmente, o grupo conta com cinco membros. As visitações aconteciam aos domingos, durante cerca de três horas, entre 5 e 10 minutos em cada quarto ou enfermaria. De acordo com Fabiana, a trupe de palhaços se utiliza de uma figura fictícia, cada palhaço é um doutor. “Por exemplo, a doutora Filomena, especialista pneumologista, no caso, trabalha com os famosos pneuzinhos das pessoas; ela mesma tem alguns deles. Ela usará protestos de sua personalidade para expor sua especialidade, assim, cada clown doutor tem um jaleco branco, com detalhes coloridos com identificação do grupo e da comunidade Batista Betel e sua maleta com apetrechos. O clown geralmente possui objetos específicos da sua personalidade, que faz uso para chamar atenção e deixar transparecer sua graça, como óculos gigante, uma lupa engraçada, um animal de estimação de plástico, espuma de sabão, além de fazer uso de livros e malas de objetos para contação de história, fantoches e malabares.”
Os coordenadores ressaltam que a música é uma importante aliada e faz parte das atividades do dia a dia do clown doutor. As cantorias e os instrumentos musicais são utilizados nos limites de sonoridade aconselháveis pela direção do HRS. “Todo palhaço tem como essência o improviso, aproveitando a espontaneidade e os acontecimentos do momento para estabelecer seu contato e passar sua mensagem de forma natural e engraçada. Nem sempre o resultado da ação do clown junto aos pacientes será o mesmo, às vezes, o silêncio, o toque, pode ser mais significativo para o momento. É neste ponto que o clown se difere do palhaço convencional, pois ele não objetiva a gargalhada, o importante é estar presente, é mostrar que se importa. Afinal, a alegria é resultado de uma comunicação bem estabelecida, conforme preceitua Wellington Nogueira, fundador e coordenador geral dos Doutores da Alegria”, diz Fabiana.
Voluntariado
O paciente tem o direito de decidir se quer ou não receber a visita. O clown vai ministrar doses de alegria a cada paciente, dando atenção e oportunidade de se expressar, quando assim desejar. Conforme for possível, descobrir as necessidades de cada paciente, procurar estabelecer contato com as equipes de assistência social para buscar auxílio.
Os colaboradores prestam trabalho voluntário; possuem despesas de locomoção, confecção de roupas e acessórios, aquisição de materiais didáticos e maquiagem. Os recursos são próprios, provenientes de oferta dos membros do grupo, colaboração espontânea ou da comunidade Batista Betel.
Quem quiser contribuir pode entrar em contato pela página no Facebook e no Instagram “Doutores pintados de alegria”, com Fabiana ou Marlon.
