Geral
Narcóticos Anônimos (NA), presente em mais de 100 países, é um programa sem fins lucrativos, para homens e mulheres, que tenham problemas com drogas. Surgiu em 1953, nos Estados Unidos; em agosto completou 68 anos. O anonimato é mantido pela segurança do indivíduo e pela segurança do grupo. “Frisamos princípios acima de personalidades. Todo nosso trabalho é feito voluntariamente, abnegado, ninguém recebe remuneração. O que a gente ganhou gratuitamente se transmite gratuitamente, de coração”, diz Lucas (nome fictício), um dos coordenadores do NA de Francisco Beltrão.
“Não combatemos nenhuma causa, não temos opinião sobre questões alheias, só temos uma única mensagem: que qualquer pessoa pode parar de usar drogas, perder o desejo e encontrar uma nova maneira de viver. Este é o objetivo do NA: proporcionar um ambiente onde as pessoas possam encontrar a recuperação”, acrescenta.
Trata-se de um trabalho voluntário, embora o grupo não tenha exato o número de pessoas que se dedicam voluntariamente. “Não temos este número, porque, dependendo do trabalho que é feito, a gente cria subcomitês para aquele trabalho específico. Não temos nenhum registro de membros, a pessoa levanta a mão e vai servir.”
Em Francisco Beltrão, o NA iniciou suas atividades em julho de 2010. “Pessoas que frequentavam Alcóolicos Anônimos e tinham problemas com drogas foram até Cascavel, onde era nosso escritório, pediram ajuda e trouxeram o grupo pra cá. Pode participar qualquer pessoa que tenha o desejo de parar de usar droga.”
O NA acredita que a adicção é uma doença progressiva e que, se não for tratada, pode levar à morte. “Adicto é a pessoa que a vida é controlada pelas drogas. A adicção deriva do inglês addiction e que significa ‘dedicação total’ e do latim addictus, que significa ‘escravo de’. O NA contribui para a recuperação através da rede de apoio e ajuda mútua, entre os próprios adictos, que partilham suas experiências.”
Segundo Lucas, a recuperação se baseia na prática de princípios espirituais, contidos nos 12 passos e 12 tradições do NA, que consistem na admissão de que: existe um problema; a busca de ajuda; a realização de um autoconhecimento; a admissão de defeitos ao outro ser humano; a reparação pelos danos causados; a ajuda a outros adictos a se recuperarem; a atração, em vez de promoção; o autossustento, recusando contribuições de outras pessoas de fora da irmandade; e a preservação do anonimato de seus membros.
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A entidade é mantida graças às contribuições voluntárias e anônimas de seus membros. “Tudo o que entra em dinheiro é revertido no nosso propósito primordial, que é levar a mensagem ao adicto que ainda sofre, através de literatura, atendimentos telefônicos, confecção de painéis e visitas às instituições.”
Como está no livro intitulado “Narcóticos Anônimos”, “os adictos de hoje são mais afortunados. Pela primeira vez em toda história humana, um caminho simples vem sendo seguido por muitos adictos e encontra-se ao alcance de todos. Trata-se de um programa espiritual simples – não religioso – conhecido como Narcóticos Anônimos”.
Recaídas da pandemia
Por um curto espaço de tempo, no início da pandemia, as reuniões foram virtuais, mas foi solicitada autorização do município para funcionar e os membros tiveram o consentimento. “Voltamos com um número bem menor de frequentadores, porque a minha recuperação é diária. Sou um adicto que preciso estar toda noite em uma reunião. Adictos que não frequentam regularmente, geralmente, voltam ao uso, muitos estão num ciclo vicioso de anos de vai e volta. Muitas vezes participam por causa da família ou por imposição do empregador ou da justiça. O programa só vai funcionar quando o desejo de parar partir da própria pessoa, ela pedir ajuda e aceitar que tem problema, aí a recuperação é possível e, praticando esses princípios, provavelmente nunca mais voltará a usar drogas.”
Lucas ressalta: “Um adicto em recuperação é um benefício muito grande para a sociedade, porque um adicto usando drogas envolve polícia, Samu, pode virar um vândalo.”
Endereço
Em Francisco Beltrão, o NA está localizado na Rua Niterói, 522, antiga Apae, Bairro Alvorada. As reuniões acontecem às terças, quintas e domingos, às 20 horas. No último domingo do mês, às 20h, é aberta ao público, para que a comunidade em geral conheça a irmandade.
