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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

José Bammatter: a história do árbitro argentino que escolheu Francisco Beltrão para “mudar de vida”

Personagem de destaque da Copa Ação TV/Farmácias Brava, ele chegou ao Sudoeste em 2018. Encantado com a “tranquilidade com que se vive” na cidade, não pretende retornar para a terra natal: “só como turista”

José Luís Bammatter coloca o conceito da arbitragem argentina em prática na Copa Ação TV/Farmácias Brava. Foto: Neto Cajaíba

 

“Eu queria mudar a minha vida”. Em 2018,  José Luís Bammatter deixou a Argentina e escolheu Francisco Beltrão para iniciar um novo ciclo. Ele aproveitou a vinda do enteado, estudante de Engenharia Química da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), para mudar-se para o sudoeste paranaense. 

Após três anos de Brasil, ganhou maior notoriedade através da Copa Ação TV/Farmácias Brava. Bammatter, de 54 anos, é árbitro. Em entrevista ao Jornal de Beltrão, ele revela as motivações para trocar de país, faz comparações entre os dois povos e revela o que lhe surpreende no cotidiano beltronense. 

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JdB: O que fazia na Argentina e porque mudou-se para Francisco Beltrão?

José: Sou de Santo Tomé, da província de Santa Fé. Era empregado num laboratório medicinal e árbitro profissional. Apitava as ligas Ascenso do Interior e Escobarense, da Associação de Futebol Argentino (AFA). Mudei porque meu enteado, Nicolas, veio estudar na UTFPR. Há 20 anos, minha sogra reside em Santo Antônio do Sudoeste e meu cunhado em Realeza. Eu queria mudar a minha vida e então eles nos ajudaram na decisão. Vim com minha esposa, e também com minha outra enteada, Melany. 

 

JdB: Foi fácil a adaptação de mudança de país?

José: Difícil, por causa da língua. Por isso, foi complicado encontrar emprego, mas com paciência e ajuda das pessoas consegui. Trabalho na Mecânica Avenida. 

 

JdB: Como começou a apitar futebol em Francisco Beltrão?

José: Conheci o Luiz Carlos Armachuski, presidente da Liga Beltronense de Árbitros, que me deu a oportunidade de fazer o que tanto gosto. Nisso, veio a convocação para a Copa Ação TV. 

 

JdB: No Brasil, afirmam que os árbitros argentinos apitam com critérios diferentes. Concorda com isso? Vê diferenças na conduta dos atletas dos dois países?

José: Sim, concordo. A diferença é que lá temos um conceito diferente ao aplicar as regras. Gosto de deixar o jogo rolar quando surgem as faltas forçadas. Os jogadores argentinos são mais agressivos e os daqui aqui fingem muitas faltas. 

 

JdB: Do que mais sente falta da Argentina? Pensa em voltar para lá? O que mais estranhou no Brasil? 

José: Tenho saudades da carne e do vinho argentinos. Voltar? Só como turista. Estranhei a tranquilidade com a qual se vive aqui. O modo de trabalhar na Argentina é quase o mesmo daqui, mas o custo de vida cresceu muito com a inflação e a política instável, que impedem uma melhor qualidade de vida. E falo de tranquilidade em todos os âmbitos. Não existe a maldade de intenção de furto, de consumir embriagar-se de bebidas alcoólicas. Talvez note isso por ser uma “cidade do interior” como falam aqui. 

JdB: Tem clube do coração? Pretende arbitrar até quando? Possui algum objetivo na carreira?

José: Na Argentina torço para o Colón. Aqui, sou Athletico Paranaense. Vou apitar até quando meu físico me possibilitar. Gostaria de atuar no Campeonato Paranaense de Futebol. 

José durante entrevista para Rafael Júnior, em intervalo de jogo da Copa Ação TV/Farmácias Brava. Foto: Neto Cajaíba

 

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