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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Cães e gatos também podem precisar de transfusão de sangue, comenta dr. Ronivan Gobbi

Em grandes centros, há até mesmo banco de sangue animal.

Para ser um doador, o cão deve ter de um a oito anos, com peso mínimo de 27 quilos.

Cães e gatos precisam sim e com determinada frequência de transfusão de sangue, como explica dr. Ronivan Gobbi, da Clinicão. “Às vezes, é necessário sangue total ou então somente as propriedades de sangue, que seriam só hemácias ou só plaquetas, mas normalmente na medicina veterinária a gente faz a transfusão de sangue total.”

São vários os motivos, mas quando o grau de anemia é profundo há necessidade de reposição sanguínea. Normalmente, essas anemias são causadas por traumas ou por perdas por hemorragias. Além de anemias causadas por hemoparasitas, que são doenças infecciosas, que geralmente acometem as células sanguíneas ou então por doenças autoimunes, que o próprio organismo produz anticorpos que destroem as hemácias. Também há necessidades de reposição sanguínea em casos cirúrgicos, em que há possível perda sanguínea, dependendo o tipo de cirurgia.

Dr. Ronivan comenta que, antes de se fazer a transfusão, há necessidade que se tenha um doador, que devem ser cães adultos, de 1 a 8 anos, com peso mínimo de 27 kg, devem ser animais dóceis e estar com exames de sangue dentro dos padrões de normalidade. Esses cães devem estar com vacinação e vermifugação atualizada. Antes de fazer a doação também devem passar por exames, pela investigação de um painel de doenças infecciosas, porque se forem portadores dessas doenças eles irão contaminar o receptor.

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Normalmente, o cão pode doar sangue a cada 30 dias, mas o ideal é que seja um intervalo um pouco maior. Pode-se coletar de 16 a 18 ml por quilo, por exemplo, um cão com 30 kg de peso vivo pode doar aproximadamente 480 ml de sangue. Esse sangue pode ser transfundido imediatamente após a coleta ou pode ser armazenado. No caso de doador frequente precisa fazer uma suplementação com sulfato ferroso.

Segundo dr. Ronivan, o sangue tem vários componentes, os principais são as hemácias, as plaquetas, as proteínas séricas e os fatores de coagulação. As plaquetas são muito sensíveis à refrigeração e permanecem viáveis por apenas quatro horas após a refrigeração, então quando há necessidade de repor somente as plaquetas, o ideal é fazer a transfusão imediatamente após a coleta.

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As hemácias podem permanecer viáveis até por 35 dias, quando mantida no anticoagulante citrato, que é a solução preservativa mais comum das bolsas sanguíneas. “Hoje já na medicina veterinária é feita a separação dos componentes sanguíneos e dependendo do paciente e da necessidade faz-se somente a transfusão do componente necessário, que geralmente é a reposição de hemácias ou de plaquetas.”

Como não há uma demanda muito grande de transfusões, normalmente não se trabalha com banco de sangue, mas em centros maiores há bancos de sangue, que inclusive trabalham com as frações de sangue.

“Para nossa realidade, o que a gente faz é ter de prontidão um doador e a partir do momento que surgir a necessidade de fazer a transfusão a gente recorre a esses doadores. Esses animais devem sempre passar por um controle rigoroso de saúde.”

Tipos sanguíneos
Há a descrição de mais de 20 tipos de grupos sanguíneos nos cães, mas seis são os principais, que apresentam importância na transfusão. Dentro desse grupo de seis, o DEA1.1 e o DEA1.2 são os mais importantes, porque são os que menos produzem anticorpos, o que teoricamente seriam os doadores universais.

Para identificar a compatibilidade, normalmente na primeira transfusão dificilmente vai dar incompatibilidade devido a esta grande variabilidade de tipagem sanguínea, mas é feito um teste para ver a compatibilidade sanguínea. A transfusão sanguínea exige um certo protocolo de tempo para ser feita a transfusão completa.

No caso dos gatos
Para os felinos, a situação é outra. O animal também deve estar livre de doença infectocontagiosa, negativo para FIV e FELV, tem que estar saudável e ter no mínimo cinco kg de peso, além de apresentar exames sanguíneos dentro da normalidade. Pode-se coletar de 11 a 13 ml por quilo, por exemplo um gato de cinco kg doará de 50 a 60 ml.

Os gatos possuem três tipos sanguíneos: A, B e AB. Os mais comuns são A e B. também é feito teste de compatibilidade antes da transfusão, para evitar reações adversas. O gato doador tem que ser sedado para conseguir a contenção e a coleta é diferente do canino, é feito com seringas, devido ao tamanho do animal. Como nos cães, os motivos para transfusão são as anemias provocadas por doenças infectocontagiosas ou por perda sanguínea ou por anemia de fundo renal ou autoimune. O volume a ser transfundido nos gatos é calculado de acordo com a necessidade e com o peso do receptor.

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