10.1 C
Francisco Beltrão
terça-feira, 01 de julho de 2025

Edição 8.236

01/07/2025

Pedágio compromete agronegócio, comprova estudo da Faep e Ocepar

Pedágio compromete agronegócio, comprova estudo da Faep e Ocepar


Os números são incontestáveis. Segundo estudo encomendado conjuntamente pela Federação da Agricultura do Paraná (Faep) e Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), as altas tarifas cobradas na malha viária paranaense pelas concessionárias comprometem cada vez mais o agronegócio.
Em relação ao milho, o custo do pedágio entre Foz do Iguaçu e Porto de Paranaguá equivale a 6,64% do custo operacional de produção. No caso do calcário, representa 40,42% do valor do produto transportado de Almirante Tamandaré e Cascavel.

Existe a agravante de que o setor agropecuário é o mais penalizado porque o valor específico dos produtos sempre fica muito abaixo quando comparado com o segmento industrial. Por isso que um container carregado de produtos fabricados nos países asiáticos e que se destina ao mercado paraguaio paga tarifas insignificantes em relação ao valor transportado,” denuncia Ágide Meneguette, presidente da Faep.


Comprovação

O estudo conclui que, das 12,63 milhões de toneladas do complexo soja e milho exportadas por Paranaguá ano passado, 67% foram transportadas por caminhões.

Em resumo, para o escoamento de 8,46 milhões de toneladas, houve necessidade de 315 mil caminhões de cinco eixos.

Levando em consideração não exceder a 40% a estimativa da demanda por frete de retorno (cargas de fertilizantes, corretivos, máquinas, agroquímicos e demais mercadorias), eis um quadro geral com os custos de transporte da última safra de verão estadual:

Dos 315 mil caminhões empregados no transporte, 126 mil voltaram para o interior com frete de retorno.
189 mil retornaram vazios, com um eixo levantado.
Traduzindo em números, o total gasto para o transporte da safra foi de R$ 67,23 milhões assim apurados:

126 mil caminhões x frete de R$5,81/ton. x 27 ton.= R$19,77 milhões. E 189 mil caminhões x frete de R$9,30/ton x 27 ton= R$ 47,46 milhões.

Os custos adicionais decorrentes das tarifas de pedágio reduzem a competitividade da produção de grãos paranaenses tanto interna quanto externamente. A situação mais grave está na soja diante da forte competição com Argentina e Estados Unidos. Afinal, esses países produtores também possuem agressiva política de vendas nos mercados europeu e asiático, assinala João Paulo Koslovski, presidente da Ocepar. Sua principal preocupação: perda de competitividade do agronegócio estadual.

Dentre as principais alternativas apontadas pelo estudo para amenizar o grave problema, estão:

Estudos para concessão de desconto na tarifa do pedágio no transporte de produtos agrícolas, corretivos e fertilizantes

Constituição de agência reguladora estadual de infraestrutura integrada por usuários, concessionários e poder concedente para subsidiar o Estado na discussão e proposição de políticas para o setor, possibilitando fiscalização operacional e financeira das concessões

Estudos detalhados antes de novas concessões para identificação dos reais impactos nos diferentes setores produtivos

Formação de centrais de frente junto às principais praças de pedágio e ao porto de Paranaguá. Interligadas on-line, informarão aos transportadores a possibilidade de frete

Gestões junto ao governo federal para aplicação de recursos do Cide (Contribuição de Intervenção sobre Domínio Econômico) na melhoria e modernização da malha viária. Afinal, houve brutal enxugamento por parte do orçamento da União em investimentos no setor de transportes nas últimas décadas.

Luiz Carlos Rizzo/AEN

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques