Documento fala sobre a crise financeira do Samu-Ciruspar.

*JdeB – Reunião ontem, em Pato Branco, teve a participação de representantes de sindicatos que representam os empregados do Consórcio Intermunicipal da Rede de Urgência do Sudoeste do Paraná (Ciruspar/Samu 192). Também participaram o presidente do Consórcio, Zuca Luquini, prefeito de Ampere, trabalhadores das categorias profissionais e membros da administração. Um dos problemas enfrentados pelo pessoal são os salários defasadados.
O documento é assinado pelo Sindicato dos Motoristas, Condutores de Veículos Rodoviários Urbanos e em Geral, Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Pato Branco (Sintropab), Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Francisco Beltrão (Sintrofab), Sindicato dos Motoristas, Condutores de Veículos Rodoviários Urbanos e em Geral, Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Dois Vizinhos (Sintrodov), Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde Francisco Beltrão e Região (Sintrasaúde) e Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde Pato Branco (Sindisaúde).
A carta destaca que o serviço está disponível na região desde 2011 e já salvou milhares de vidas. O documento fala sobre a necessidade de aumento nos repasses financeiros dos governos federal e estadual. “A responsabilidade pelo custeio do Samu é tripartite, na proporção de 50% pelo governo federal, 25% pelo Estado do Paraná e 25% pelos municípios. Ao longo do tempo, tanto o governo federal quanto o governo do Paraná deixaram de reajustar os valores de repasse, e, como o serviço não pode parar, os municípios vêm arcando com a diferença. Em 2021, o custeio foi de 20% pelo Estado do Paraná, 30% pelo Governo Federal e 50% pelos municípios.”
Os servidores estão com salários defasados. “Os trabalhadores do Samu, especialmente condutores socorristas, técnicos de enfermagem e enfermeiros – recebem salários baixos e que estão defasados em cerca de 20%. Os salários merecem e deverão ser corrigidos. A manutenção do serviço é imprescindível para a sociedade, pois efetivamente salva vidas”, completa. No Sudoeste, o Samu faz cerca de dez mil atendimentos por ano, sendo que 25% desse total são acidentes graves. “Se eles não forem atendidos com a urgência que o Samu atende, as vítimas não teriam sobrevivido? Quem de nós ou familiar ou amigo nunca precisou do Samu?”, indaga a carta.
O documento emitido pelos sindicatos informa que alguns municípios estão querendo descontinuar o serviço em virtude dos custos. “Nos últimos dias, sob a desculpa de que falta dinheiro para o Samu, alguns prefeitos das maiores cidades estão querendo desmontar o serviço, falando em trazer para as estruturas de saúde dos municípios ou terceirizar/privatizar. Ao invés de exigirem dos seus aliados políticos no governo do Paraná e no governo federal o repasse dos valores corretos, preferem desmontar o serviço. A terceirização/privatização de serviços de saúde sempre é ruim. A qualidade do serviço cai e a população deixa de ser bem atendida. No caso do Samu, o risco é milhares de vidas perecerem ano a ano. Até pode ser verdade que os maiores municípios poderão prestar um atendimento de qualidade razoável, mas, com certeza, essa não é a realidade da maioria dos municípios, os menores. Não esqueçamos que o atendimento à saúde tem de ser igual a todos. Não basta alguns municípios organizarem um serviço razoável, pois quando o acidente ocorrer lá onde não tem o Serviço estruturado, lá é que se perderá a vida.”
Custo mensal
De acordo com os sindicatos, mesmo sem reajustes dos governos estadual e federal, o custo, por mês, dos municípios, seria de R$ 2,85 por habitante. “É de se perguntar: Senhor prefeito, senhores vereadores – será verdade que seu município não tem condições de contribuir com esse valor, por mês, por habitante, para o Samu? O Samu presta um serviço essencial e de excelente qualidade, por isso, não pode parar. A ideia de terceirizar o serviço é ruim, não podemos permitir. Os recursos que dizem faltar existem no governo do Estado, no governo federal e nos municípios, basta vontade política para colocar o dinheiro no lugar certo. Temos certeza de que colocar recursos no Samu é correto. O Samu salva vidas. Salvemos o Samu. Chame 192”, conclui a carta.
Coletiva à imprensa sexta-feira
No começo da noite, o JdeB conversou por telefone com o prefeito Zuca Luquini a respeito da reunião. Ele disse que o encontro com os sindicatos de trabalhadores tratou de reauste salarial.
Sobre a situação do Ciruspar/Samu, o prefeito disse que sexta-feira, 29, haverá uma entrevista coletiva, possivelmente em Pato Branco, para expor a situação do consórcio. Foi criada uma comissão de prefeitos para acompanhar a situação do consórcio intermunicipal.
*Com informações da assessoria