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Francisco Beltrão
terça-feira, 03 de junho de 2025

Edição 8.217

03/06/2025

Acidentes de trânsito provocam lesões graves e deixam alto custo para o Estado

Na média, os pacientes traumatizados levam de 90 a 180 dias até se recuperarem.

Em acidentes com automóveis, os ferimentos do pessoal em geral se concentram nos membros inferiores. Foto: Ivânia Bonatto/ Diário da Informação.

Por Niomar Pereira – O município de Francisco Beltrão registrou nos últimos 10 anos 228 mortes em acidentes de trânsito. A média superior a 20 óbitos por ano é considerada alta. Os dados são do Departamento Beltronense de Trânsito (Debetran). Mas, além dos mortos, há um contingente muito grande de pessoas que ficam feridas, muitas vezes com sequelas para o resto da vida. Só para se ter uma ideia, no ano passado a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) registrou 434 acidentes em rodovias estaduais do Sudoeste do Paraná com 500 feridos. Nesta conta não entram os números das rodovias federais, nem das áreas urbanas dos municípios.

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Segundo o médico ortopedista e traumatologista Mário Martins Neto, diretor clínico do Hospital Regional, o país vive uma verdadeira epidemia de acidentes de trânsito. “A morte traumática é a causa de morte mais comum em pessoas abaixo dos 45 anos de idade no mundo inteiro e os acidentes de trânsito compõe uma parcela significativa desse número de mortes”, relata.

Na maioria dos casos os acidentes provocam lesões graves nos envolvidos. Em motociclistas são comuns traumas nos membros inferiores, como fraturas de fêmur, de tíbia, de pé e tornozelo. Em automóveis os ferimentos também se concentram nos membros inferiores.

“Em uma colisão o motor vem normalmente amassando, prensando e traumatizando os membros inferiores. A cabeça e o tórax são mais afetados quando o motorista não está usando o cinto de segurança. Aí ele se projeta para frente e acaba fazendo trauma de tórax contra o volante e a cabeça contra o para-brisa. Isso, quando ele não é ejetado para fora do veículo, porque aí a chance de lesões mais graves e a mortalidade também aumentam. Quando a pessoa é ejetada do veículo, a chance de óbito sobe para 50%”, comenta o médico.  Na média, os pacientes traumatizados levam de 90 a 180 dias até se recuperarem. “Lógico, têm pacientes que ficam mais de seis meses ou até um ano parados, e têm aqueles que evoluem com sequelas, que ficam permanentemente sem condições de voltar ao mercado de trabalho.”

O custo para o SUS é bastante alto

De acordo com dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), divulgados em 2019, em uma década foram gastos cerca de R$ 3 bilhões pelo Sistema Único de Saúde para atendimento de vítimas graves de acidentes de trânsito no Brasil.

Mário Martins observa que o custo varia de acordo com cada caso, levando em consideração o tipo de lesão, o tempo de internamento, a quantidade de cirurgias e se irá necessitar ou não de leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

“Tem situações em que o custo de um único paciente passa de R$ 1 milhão, porque depende de toda estrutura que ele vai precisar durante o internamento. Por exemplo, o paciente que ficou 40 dias numa UTI. O custo da UTI é extremamente elevado, cerca de R$ 2.500 por dia. Fora cirurgias com colocação de implantes que muitas vezes são caros.”

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