
Marianna Holanda e Cézar Feitoza (Folhapress) – O governo federal demitiu ontem dois integrantes da cúpula da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Jean Coelho, diretor-executivo da corporação, e Allan da Mota Rebello, diretor de inteligência.
As saídas foram publicadas no Diário Oficial da União e ocorrem na esteira do desgaste com o caso da morte de Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, asfixiado em uma viatura da PRF, e da operação em uma comunidade do Rio de Janeiro, em que ao menos 23 pessoas morreram. Integrantes da PRF e do Ministério da Justiça e Segurança Pública, contudo, dizem que as dispensas estavam prevista havia mais de um mês.
Os dois diretores farão um curso de dois anos no Colégio Interamericano de Defesa, em Washington, nos Estados Unidos. O envio de Allan Rebello e Jean Coelho foi oficializado em portaria publicada no Diário Oficial.
Segundo o documento, a mudança dos diretores é “transitória”. Eles devem produzir, em 180 dias, um projeto de dissertação de mestrado “alinhado com os objetivos estratégicos institucionais da Polícia Rodoviária Federal”.
Comisão
A direção-geral da Polícia Rodoviária Federal criou uma comissão interventora na superintendência regional da corporação em Sergipe para investigar a morte de Genivaldo. Uma outra comissão, com servidores de outros estados, deve acompanhar o PAD (Processo Administrativo Disciplinar) que os três policiais envolvidos no caso respondem internamente. O grupo terá 30 dias para produzir um relatório técnico com todas as informações identificadas e sugerir procedimentos capazes de prevenir novos casos como o de Genivaldo.