É inegável o sucesso de Stranger Things. Também é inquestionável que parte desse sucesso se deve à ambientação nos anos 80. Esse modismo nostálgico influenciou diversas produções entre filmes e seriados.
O visual, as músicas, o clima descaradamente inspirado em produções juvenis da década de 80 marcou o seriado da Netflix e conquistou o gosto do público, principalmente aquele que era criança na tal década — o meu caso.
Tanto para contar uma história colorida e divertida ou uma de suspense e terror, os anos 80 parecem perfeitos. Tenho a teoria que a culpa é do celular e da internet. A facilidade de comunicação e acesso à comunicação atrapalha um roteiro que busca o mistério. A tecnologia cria obstáculos e ficar incomunicável pode ser vital para a história. Não que hoje em dia a gente não fique sem sinal no celular andando no Centro da cidade. Depende só da operadora que você usa.
Mas, o ponto que quero chegar é que essa moda não começou com Stranger Things, mas com ‘Super 8’, o filme escrito e dirigido por J. J. Abrams justamente para homenagear os filmes que a piazada assistia nas matinês, umas 35 ou 40 primaveras atrás.
E o cerne da história é basicamente o mesmo: um grupo de crianças muito imaginativas, que se comunica por walk-talks e sai de bicicleta noite adentro para enfrentar um monstro, que aterroriza uma cidade pequena.
Lançada em 2011, Super 8 me parece cada dia mais um protótipo do que vemos desde 2016, com Onze/Eleven e sua turma. Além de uma história muito mais complexa e interessante, temos um aumento considerável de referências visuais e sonoras à década modinha na franquia do Mundo Invertido.
Outra semelhança vem das protagonistas femininas. Assim como Millie Bobby Brown roubou a série para si, Elle Fanning superou o resto do elenco do filme sem muito esforço, esbanjando talento e simpatia.
Só um detalhe, Super 8 vai sair do catálogo da HBO Max a qualquer hora.
