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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Os desafios de dirigir no gelo,
na Cordilheira dos Andes

Por estar geograficamente próximo a outros países da América do Sul, as regiões Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina também têm empresas especializadas no transporte internacional. E motoristas daqui são escalados para fazer rotas pela Argentina, Chile, Paraguai e Urugai, na chamada Linha do Mercosul, que integra a economia de países vizinhos.


Charles Zanco, de Salgado Filho, e Emerson Lemes, de Nova Esperança do Sudoeste, são alguns dos motoristas da região que fazem estas rotas, principalmente para o Chile. “Na empresa em que trabalho, as cargas são bem variadas. Agora levei peças da GM pro Chile e volto com frutas para o Brasil”, relata Charles, que trabalha para uma transportadora de Chapecó.


Desde pequeno ele queria ser caminhoneiro e há dez anos faz a chamada Linha do Mercosul. Já viu muitos colegas desistirem desse trecho, mas gosta do trecho, apesar dos desafios.
“A maior dificuldade é o inverno, quando neva, fica tudo trancado e as filas de caminhões vão se acumulando.”

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Caminhão de Evandro Lemes, que há quatro anos faz a rota Chapecó-Santiago. Foto: Reprodução


Charles já passou noite sob -16 ºC e costuma se abrigar em postos de combustíveis.
Quem também gosta desse trajeto é Emerson Lemes, que está há quatro anos transportando produtos para uma empresa de Chapecó, depois de ficar mais de 15 anos rodando o Brasil de caminhão – conhece todas as capitais do País.


“Aqui é uma coisa nova, mas a empresa dá todo suporte que a gente precisa pra trabalhar. As estradas são boas, maioria bem plana, os postos são bons, só tem que ter um pouco de cuidado na cordilheira, mas é tudo uma questão de ter noção de segurança.”


Ele já chegou a fazer a rota Chapecó/Santiago/Chapecó (5.500 km) em 15 dias, mas nesta última viagem ficou quase dois meses fora, 16 dias parados por causa da nevasca. “É um frio diferente do daqui ou do Rio Grande, que é muito pior que a neve se tiver vento e geada.” O processo de desembaraço aduaneiro das cargas, nas fronteiras, também faz com que as viagens sejam mais demoradas.


O transporte de cargas pelo Mercosul é fundamental para movimentar diversos tipos de produtos entre os países. Apesar de não integrar o bloco de países, o Chile firmou um acordo de livre-comércio que deve ampliar o comércio com o Brasil.

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