21.4 C
Francisco Beltrão
segunda-feira, 16 de junho de 2025

Edição 8.226

14/06/2025

A nova geração quer ficar no campo

A agricultura mudou muito nos últimos anos e exigiu dos produtores rurais muita qualificação. Uma das dificuldades encontradas é a mão de obra e, em alguns casos, a sucessão familiar, onde os mais jovens optam por tentar a vida na cidade.

Vinicius Grassi, 18 anos, trabalha na propriedade da família em Cruzeiro do Iguaçu, cursa Agronomia e quer permanecer no interior. “Eu estou neste ramo desde cedo, por influência familiar. Esse trabalho foi herança do meu pai, dos meus avós e bisavós. É uma profissão da nossa família há muitos anos. Eu acho muito interessante e quero que meus filhos conheçam esse ramo e também gostem do campo”, disse em entrevista para o quadro ‘Histórias da Estrada e do Campo’ da Rádio Educadora AM.

Vinicius ajuda a família na propriedade em Cruzeiro do Iguaçu. Foto: Reprodução

Ele falou sobre a satisfação de viver no campo. “O agro, na minha visão, é um trabalho muito gratificante. Você ver produzir, crescer o que foi plantado é muito bom. Ver os resultados, o trabalho evoluindo, isso traz uma felicidade muito grande. Atualmente, eu faço Agronomia, na Unisep, em Dois Vizinhos, nem tanto pela questão de trabalhar como agrônomo, mas para trazer conhecimento e melhorar cada dia mais, trazer mais tecnologia e estar em constante evolução.”

- Publicidade -

O jovem destacou algumas alterações na forma de produzir entre a época do seu pai e o momento atual. “O agro deixou de ser braçal e requer muito conhecimento. É necessário experiência e dedicação. Eu busco aprimorar meus métodos para estar em constante evolução. O agro já foi muito desvalorizado, tinha até piadas que falavam que as pessoas precisam estudar para não trabalhar na roça, mas agora não é mais assim. Eu quero levar isso para vida e eu teria muito orgulho se meus filhos estudassem para trabalhar na roça”, conclui.

Roberto Tramontin Júnior tem 19 anos, reside comunidade de São Braz, em Dois Vizinhos, e também quer permanecer no campo. “Me criei na lavoura. Meu pai, minha família, são todos agricultores. Comecei com 12 anos a lidar mais diretamente com a lavoura, mas desde sempre acompanhei meus pais nesse ramo e fui incentivado a continuar. Meu nono chegou aqui na comunidade, como diziam os antigos, quando era tudo mato. Começamos com umas vaquinhas de leite, aumentou bastante o número de animais e elas ajudaram para que a gente tivesse a lavoura agora. Na época, o leite dava bastante lucro comparado com a lavoura, mas de uns anos para cá, o leite começou a diminuir o lucro, acabamos com as vacas, compramos mais roça e lidamos só com plantação”, contou em entrevista para a Educadora.

Roberto está seguindo os passos dos avós e quer se manter no campo. Foto: Reprodução

Ele ressaltou a importância do homem do campo. “Tudo o que tenho foi proporcionado pela agricultura. Estamos na luta desde sempre e pretendo continuar seguindo os passos do meu pai pra sempre. Aqui é muito tranquilo e a economia do Brasil é comandada por nós, agricultores. Tenho orgulho de dizer que sou agricultor, colono, que muitos antigamente tiravam sarro, mas nós que guiamos a economia do Brasil e pretendo continuar nessa vida. Tomara que meus filhos e meus netos também”, conclui.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques