Agricultor desde que nasceu, na comunidade de Linha Liston, Distrito de Nova Concórdia, no interior de Francisco Beltrão, Luiz Ademir Possamai esteve sempre muito envolvido com o que diz respeito à atividade agrícola, em todas as entidades que encampam o trabalho da Agricultura Familiar, que é muito forte e representa boa parte da economia gerada no interior do município. Foi diretor da Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural (Assessoar), diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Francisco Beltrão, além de fundador da Cresol.
Luiz sempre incentivou as cooperativas de produção, comercialização e serviços. “Precisamos organizar as classes por categorias porque é isso que devemos fazer sempre no que diz respeito às atividades econômicas.”
Ano difícil
Luiz conta que na sua propriedade planta tudo o que é necessário para sua família. Para comercialização é feito o plantio de milho, soja, feijão e trigo. “Essas são as culturas básicas do ano todo. Vamos fazendo a rotação de culturas para tentar evitar as doenças na lavoura.”
Segundo Luiz, duas das últimas safras ficaram bastante comprometidas, em função do clima, principalmente. “A primeira lavoura da soja praticamente só empatamos e mal deu pra pagar os custos. Temos uma área que arrendamos também e essas têm um custo altíssimo. O feijão, a chuva do mês de maio comprometeu a qualidade e são poucos os armazéns, na região, que recebem. Na hora de colher e entregar foi uma dificuldade enorme. Tivemos carga de feijão que ficou esperando oito dias para descarregar.”

Luiz informa ainda que a safrinha de milho também está bastante comprometida por causa da ‘cigarrinha’, uma praga que ataca as lavouras, além da geada, que também trouxe prejuízos aos produtores. “Foi um ano bastante difícil para a agricultura, sem contar os custos de produção que estão se alterando cada vez mais e não caem, como o óleo diesel e os fertilizantes. Preços muito altos e está difícil até de fazer a próxima safra.”
Trabalho familiar
Na propriedade, Luiz conta que o trabalho é feito somente por ele e por seus familiares, sem funcionários contratados. “Tenho dois filhos que estão aqui próximos e trabalhamos em conjunto: eu, minha esposa e as famílias dos filhos. Não contratamos mão de obra e fazemos o que podemos para evitar aumentar nossos custos para ver se conseguimos ter resultados mais positivos.”
Luiz, a esposa e os dois filhos plantam em numa área de 60 ha. Ele diz que chegou a ter a criação de suínos como atividade principal, mas que hoje produz apenas para o consumo. “Ficamos apenas com duas vacas também, que dão o leite para o consumo e para o queijinho do dia a dia.”