Muitas famílias se depararam com a dura realidade do pós-enchente ontem quando voltaram para suas casas.

Por Niomar Pereira – Dona Maria de Lurdes Tuni Zanella, 58 anos, estava separando os documentos pessoais em uma carteira encharcada pela água da enchente na tarde de ontem, quando recebeu a visita da reportagem do JdeB. Ela e o marido, Luiz, moram em uma casa na esquina da Rua Tiradentes com a Rua Santo Inácio de Loiola e perderam tudo o que tinham.
Em 20 anos morando no mesmo local, foi a pior inundação que vivenciaram. “Nunca tínhamos perdido tudo como agora”, lamenta. A casa deles fica a uma quadra do Córrego Progresso, no Bairro São Miguel, que saiu fora do leito na terça-feira, 11.
A água entrou cerca de dois metros dentro da casa do casal e estragou tudo. Eles passaram duas noites no abrigo montado no pavilhão da Igreja Santo Antônio, Bairro Cristo Rei, e só ontem conseguiram entrar para retirar os entulhos e ver se alguma coisa ainda poderia ser aproveitada. Sobraram pouquíssimas coisas que poderão ser reutilizadas e, ainda assim, após uma boa limpeza. Eles programavam passar mais uma noite no abrigo da Prefeitura e depois ver o que fazer. A família espera por doações para recomeçar a vida.
Maria e Luiz têm um lava-car, que funciona no mesmo endereço, só que os equipamentos (dois compressores, uma bomba de lavagem e um aspirador de pó) também ficaram submersos com a enchente, portanto, danificados. “Se a gente ainda pudesse trabalhar para se reconstruir, mas nem isso conseguimos fazer”, comenta Luiz, que tem mais de 60 anos e sofre de trombose. Na casa ao lado da deles mora um filho e que perdeu tudo do mesmo jeito.