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Francisco Beltrão
segunda-feira, 09 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Beltrão dos anos 60 e as dificuldades para ter energia elétrica

Construção da barragem da usina do Rio Santana (década de 50), a primeira a fornecer energia para a cidade.

Imagine as dificuldades enfrentadas pelos empresários naquela época. Francisco Beltrão era pequena, o Censo Demográfico de 1960 lhe dera 4.989 habitantes no perímetro urbano (55.496 no município). As estradas de acesso eram de chão, assim como todas as ruas. Não havia um palmo de calçamento, nem sequer cascalho. Água era de poço. A energia elétrica, fornecida por uma usina construída pelo município, era pouca e sujeita a interrupções.

Na segunda reunião ordinária, realizada dia 7 de julho de 1962, o presidente Romano Guancino comunicou ter recebido a confirmação de que um ofício enviado por ele, em nome da associação, chegou às mãos do governador do Estado (Ney Braga). Os empresários beltronenses solicitavam “a interligação da usina hidroelétrica de Salto do Chopim com a do Rio Santana, medida que, se concretizada, viria a beneficiar grandemente o progresso deste município, pelo impulso industrial que consequentemente iria trazer”.

A usina do Santana, que fornecia energia elétrica para a cidade, era aquela da Seção Jacaré, construída pelo município nas gestões dos prefeitos Rubens Martins e Ângelo Camilotti. A usina do Chopim era aquela construída pelo Estado na divisa dos municípios de Itapejara D’Oeste e Coronel Vivida.

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Três dias depois, nova reunião, de caráter extraordinário, unicamente para tratar da falta de energia elétrica, teve a presença do prefeito Walter Pécoits, do engenheiro chefe do Getsop, Deni Schwartz, e do chefe do escritório do Departamento de Águas e Energia Elétrica, Élcio Tomazoni.

O presidente Romano Guancino solicitou ao Tomazoni que fizesse “uma explanação sobre os motivos de a usina estar parada, sem fornecer luz à cidade, deixando o município à mercê da sorte, com consequências desastrosas para a sua economia, solicitando-lhe providências imediatas”.

Tomazoni informou que havia quebrado um rolamento do gerador e que ainda não fora comprado “por não ter sido encontrado neste Estado, garantindo que nos próximos dias a situação seria resolvida”.

E Tomazoni disse ainda que “havia chegado um caminhão com espoletas para destinar (usar) no alargamento do canal condutor de água para a usina”.

O alargamento do canal iria aumentar a produção de energia? Tomazoni respondeu que não tinha certeza e que iria a Curitiba para consultar o engenheiro responsável.

A seguir, o prefeito Pécoits disse que “a responsabilidade pela quebra da usina cabe, em parte, à empresa Siemens, que havia garantido um fornecimento de 720 KW e, ao invés disso, a usina está produzindo 300 KW”.

Do livro Amsop 60 anos

Páginas 22 e 23

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