Brincadeiras com bola, carrinhos de rolimã, pescar e caçar passarinhos eram algumas das opções.

Há 70 anos, quando houve a emancipação político-administrativa de Francisco Beltrão, a cidade sequer tinha uma praça. Hoje, Beltrão é uma cidade moderna, com vários parques ambientais e praças. O primeiro espaço público de lazer construído foi a Praça Central Dr. Eduardo Virmond Suplicy, de frente para a Avenida Júlio Assis Cavalheiro. Para a sua construção, foi preciso máquinas e caminhões fazerem o serviço de terraplanagem e nivelamento do local que tinha um pequeno morro.
Posteriormente, foram construídas as praças da Liberdade, entre as ruas Porto Alegre e Antonina, Centro, e Praça dos Pioneiros, na Avenida General Osório, na Cango. Por muitos anos estas permaneceram como os únicos espaços públicos do perímetro urbano.
O que faziam as crianças para se divertir há 60 ou 70 anos atrás? Roberto Mano Pécoits, filho do médico Walter Pécoits e Manoela Pécoits (ambos em memória), hoje com 79 anos, conta que uma das brincadeiras da década de 1950 era o uso de carrinhos de rolimã pela Rua São Paulo. A família morava numa casa de madeira – hoje é o Ballet Mirna Pécoits – e ao lado havia o hospital do dr. Walter Pécoits. Mano conta que a descida da Rua São Paulo era bem mais íngreme do que é hoje. Era de terra vermelha e quando chovia ficava lisa como sabão. Quando secava era melhor que um asfalto.
“Era pista ideal para a prática das corridas de carrinho de rolimã como eram chamados na época os carrinhos para descer rampas. Juntava a gurizada de toda a cidade passávamos o dia inteiro [brincando].”
Luis Panho, 73 anos, aposentado, morador do Bairro Vila Nova, filho de Severina e Pedro Panho, da Nova Seção, também lembra das brincadeiras das crianças da época. Nova Seção, hoje um “pulinho” da cidade – se tornou comunidade rurbana –, na época parecia ser um pouco distante do Centro. É que não tinha asfalto e as estradas do interior era todas de terra e precárias.
Seu Luiz diz que as brincadeiras da época eram jogar peteca, caçador, faziam estilingue com borracha de câmara e pescar. A família morava perto do Rio Marrecas. Seu Luiz e seus irmãos iam para o rio pescar lambaris para o almoço do dia seguinte. Também subiam em árvores pra pegar pitanga e outras frutas.

“Tinha uns quantos tipos de frutinha do mato.”
Os guris da comunidade se reuniam para jogar futebol com bola de espuma. No intervalo da aula, na escola da comunidade, que hoje não existe mais, os alunos jogavam bola.
“Naquela época nem tinha a praça central.”
Seu Luiz diz: “Hoje tem um monte de coisas que quando nós era moço não tinha”.
Para ir à missa, na Igreja Matriz a família ou as crianças saíam no final da madrugada e chegavam na igreja por volta das 6h.
“A gente saía de casa ainda tava escuro.”
Campinhos de futebol
Nas décadas de 1960, 1970 e 1980, nos bairros e até na região central, havia lotes vagos que as crianças eadolescentes colocavam traves de madeira para jogar futebol. Onde hoje mora o casal Jaci e Edvar Martini, na Rua Curitiba, por exemplo, área que pertencia à família Faedo, teve dois campinhos de futebol entre o final da década de 1970 e início da década de 1980.
Hoje há muitas opções: praças, parques ambientais, clubes sociais com quadras de futebol e tênis, grupos de amigos construíram sedes sociais e campos de futebol para encontros semanais, academias de ginástica e musculação e estúdios de pilates. Há espaços até para festinhas de crianças, como os centros de eventos, de diversos tamanhos. Em várias praças também estão instaladas as academias da terceira idade (ATI) que são usadas principalmente pelas pessoas da terceira idade para atividades físicas.
Novas praças
A cidade conta, atualmente, com 27 praças e sete parques ambientais e um está em construção no Bairro São Francisco e pelo menos dois bosques mantidos por associações de moradores. Os parques ambientais servem para a prática de esporte, lazer e para conter o excesso de água das chuvas.
Desde a primeira gestão do prefeito Cleber Fontana foram construídas novas praças no Jardim Itália 2, os parques ambientais Lago das Torres, no Bairro Padre Ulrico, e oito praças esportivas em parceria com o Governo do Estado. São quadras de esporte, alambrado e vestiários.