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Francisco Beltrão
segunda-feira, 09 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Professora e escritora Ilza Kozik “em memória”

Pessoal do Centro de Letras na gráfica do Jornal de Beltrão dia 17 de janeiro de 2015: Richard Zajaczkowski, Ilza Kozik, Antônio Alves Pereira, Edna Mônica Bertollo, Domênica Minóia Trindade, Ivo Pegoraro, Itacir Camilo Rovaris, Gildo Rodrigues e sua filha Eloren Cristina. Foto: Fotos: Arquivo do JdeB.

Na 4ª Noite dos Escritores, promovida pelo Departamento de Cultura, dia 4 de novembro, foi prestada uma homenagem à professora e escritora Ilza Kozik (24-6-1957 a 17-5-2022). Richard Zajaczkowski, seu colega do Centro de Letras de Francisco Beltrão, escreveu, sobre ela, o texto que segue:

Ilza Kozik, ao se descobrir neste mundo material, por suas íntimas opções vibrou vivenciar seu destino nas delicadas dobras do mundo das mulheres. O Universo não gira em torno do umbigo de ações fortemente positivas nas esferas da masculinidade, quando glorifica sua progenitura. Esta teria um vácuo de inutilidade, não fosse o ventre sagrado da intuitiva feminilidade que nos dá vida e origem nestas baixias regiões.

Ao nascer mulher, sua alma vibrou e consubstanciou sua atividade profissional no magistério, seara maior da dignidade feminina, por resumir, na mente de seus discentes, o amor à Natureza – adorava em especial, as multiflorais nuances coloridas dos ipês –, que no equilíbrio do ambiente do qual todos nós dependemos, também selamos nossos destinos na principal via do tríduo: corpo, alma, espírito.

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Para ela, Meio Ambiente é a extensão de nossas vivências e experiências, nas quais dependemos para nossa própria subsistência. Em escala mundial é o segundo lar que deveria ser resguardado com amor, respeito e dignidade. No tríduo, os corpos vibram mais em seus específicos mundos: estes, no Universo Éfeso, mais conhecido por Terra; as almas, nos planos astrais e os espíritos, nas alturas máximas, das raças humanas conhecidas como Paraíso.

Na Ilza, ser humano que conheci, o que eu mais admirava era a potencial sutileza do ritmo calmo e ponderado de sua voz em tom aveludado, como quem diz: “Parem o mundo que eu quero falar”. Em nossas conversações, pontuava, em sua intuição, sempre em proceder atuações corretas, jamais contraditórias, em suas falas, seus escritos e seus pensamentos.

Como tudo é mais próprio nos instintos e na intuição da mulher, sua alma não poderia negar uma forte verve de ocultos tons poéticos que se extravasaram na sua literatura de poemas. Foi poetisa ao extremo da feminilidade, revelando que, não obstante a inspiração de seus pares masculinos, a mulher, às vezes, suplanta o homem nas hostes da escala espiritual.

Pretendo transformar, em parte, o inesquecível pódio poético (“O Homem e A Mulher”) do escritor e poeta Victor Hugo, numa plataforma de prosa poetizada, quando dizemos que o homem é o templo, a mulher é o sacrário; ante o templo nos descobrimos, ante o sacrário, nos ajoelhamos. O homem pensa, a mulher sonha; pensar é ter no crânio uma larva; sonhar é ter, na fronte, uma auréola; o homem é a águia que voa, a mulher, o rouxinol que canta; voar é dominar o espaço, cantar, é conquistar a alma. Enfim, o homem está colocado onde termina a Terra, a mulher, onde começa o Céu.

Finalizo esta peroração em homenagem à Ilza, mulher-menina, com este poema:

MENINA

Menina rapariga, menina mulher,

menina sofrida, menina donzela,

menina amável, menina qualquer,

menina bondosa, menina singela.

Menina ninfa, menina guria,

menina inocente, menina pucela, 

menina traquina, menina fugidia,

menina-enigma, menina gazela.

Menina rebelde, menina esquiva,

menina curiosa, menina doente,

menina furiosa, menina ativa,

menina altiva, menina valente.

Autor: Richard Zajaczkowski

(Pronúncia: zaiontzkowski)

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