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Francisco Beltrão
segunda-feira, 26 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Copom interrompe ciclo de alta na taxa de juros do país e medida impacta no bolso do brasileiro

O momento financeiro vivido pelas famílias brasileiras é, sem questionamentos, o mais difícil do século. Promovida por fatores externos como a pandemia da Covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia, uma forte crise mundial foi desencadeada e impactou negativamente no poder de compra do cidadão brasileiro.

Neste cenário, indicadores econômicos como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tiveram aumentos preocupantes e os preços de mercadorias na prateleira dos supermercados registraram fortes altas. Com isso, a taxa Selic, juros básicos da economia, acompanhou a tendência de alta da inflação, uma medida historicamente utilizada para tentar reduzir o impacto destes problemas no bolso do brasileiro.

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Após uma série de decisões que culminaram em aumentos consecutivos na taxa básica de juros, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, interromper o ciclo de aumentos e optou pela manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano, como havia sido previsto por analistas do setor financeiro.

A decisão é influenciada pelo momento de deflação (inflação negativa) vivido nos últimos meses, assim como redução na projeção do índice para 2023. No último relatório do IPCA, divulgado ainda no fim de setembro, a projeção da inflação feita pelo Banco Central era de que o índice terminaria o ano de 2022 em 5,8%. Essa projeção pode sofrer alterações de acordo com novas tendências de mercado que possam vir a acontecer. Em junho, esta mesma projeção indicava o fechamento do índice em 9% ao fim de 2022.

Alguns cenários distintos podem ser desencadeados a partir da tendência da inflação nos próximos meses. Caso o índice se mantenha em queda, como vem acontecendo nos últimos meses, a probabilidade de redução na taxa Selic é alta, iniciando um movimento de baixa. Por outro lado, se a inflação voltar a subir no país, o comitê não descarta uma nova elevação na Selic para tentar conter os efeitos negativos. 

Vale lembrar que, em março de 2021, os juros, que atualmente chegam a 13,75% ao ano, eram mantidos a 2% ao ano, até que os efeitos da pandemia atingiram o Brasil. A partir do início da crise no preço dos alimentos, combustíveis e energia, o Copom elevou a Selic 12 vezes consecutivas.

Impactos na economia e no crédito

Se por um lado a elevação da taxa básica de juros pode amenizar os efeitos negativos da alta inflação para o cidadão e incentivar investimentos em renda fixa, como a poupança, há também o outro lado da moeda. A Selic alta dificulta a recuperação da economia, dificultando produção e consumo, além de afastar investidores de renda variável, como ações e fundos imobiliários, uma vez que é possível apostar em títulos de renda fixa com uma rentabilidade parecida e menos risco sobre o capital.

A alta taxa de juros também torna cara a aquisição de crédito através de empréstimo pessoal. Isso acontece porque esta taxa, determinada pelo Copom, serve de referência para as demais taxas de juros da economia brasileira, como as cobradas por bancos e fintechs que oferecem crédito ao cidadão.

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