JdeB – A Associação Empresarial de Francisco Beltrão (Acefb) emitiu nota pública, ontem, assinada por seu presidente Tarsízio Carlos Bonetti, lamentando o fechamento da linha aérea. A nota é a que segue:
“A Associação Empresarial de Francisco Beltrão (Acefb) vem a público lamentar a paralisação da linha aérea de Francisco Beltrão a Curitiba. Apesar dos esforços realizados, não houve demanda suficiente para manter a operação.
Sendo assim, a companhia aérea Azul informou a suspensão dos voos desde o dia 9 de dezembro de 2022.
Também entendemos que esta operação era deficitária para a companhia. A Acefb, junto com o poder público e outras entidades, continuará os esforços para buscar outras alternativas e, quem sabe, com horários diferentes e mais atrativos para os usuários beltronenses e sudoestinos.”
Pedron: outras companhias estão sendo procuradas
JdeB – Em entrevista à imprensa, nesta terça-feira, o vice-prefeito Antônio Pedron foi questionado sobre o fechamento da linha aérea, cuja implantação era uma de suas bandeiras tanto como político como empresário.
“Sim, houve um cancelamento já oficial, cancelou do programa Voe Paraná, seis cidades, e nós fomos incluídos entre as seis – confirmou Pedron.
O motivo é o “baixo índice de passageiros, mas, também, a proximidade com Pato Branco, o que a Azul entendeu que ficaria mais viável economicamente… Então, foi uma decisão técnica, infelizmente a gente sente porque nós lutamos muito, muito, muito pra que essa linha viabilizasse”.
A luta continua
E agora? “Nós vamos tentar novas alternativas, vamos ver o estudo pra quem sabe melhorar nosso aeroporto e a luta sempre continua, a gente não deve desistir porque nós temos capacidade, nós temos geração de passageiro, utiliza-se muito Chapecó, muito Pato Branco, algumas pessoas vão a Cascavel. Então, potencial a gente tem e agora vamos ver para o próximo ano com o novo governo”, respondeu Pedron, acrescentando que já manteve contato com a Infraero “para melhorar nosso aeroporto pra ter uma TR, mas evidentemente que é um processo de certa complexidade”.
E os produtos que eram exportados pela linha aérea? Pedron afirmou que continuam:
“A Azul Conecta tem um representante aqui oficial, na Rua Santa Catarina, que vai continuar. O volume de pacotes até que estava razoável, isso foi um ponto positivo e agora vai ser pego daqui e levado a Pato Branco. Então assim, em termos de perda de tempo, não vai acontecer, porque coleta aqui até às 4h, até meio-dia, todo dia, aí vai a Pato Branco e já direciona. Nessa parte nós não perdemos a conectividade internacional de pacotes, ela continua normal.”
Tem novas ideias para retomar a linha aérea?
“Sim – respondeu Pedron –, mas primeiro o seguinte, nós temos que entender que uma linha aérea é necessário. Estou tendo um pouco de dificuldade até pra classe empresarial de demonstrar isso. Não tem um destaque eficiente dentro das empresas, ou dentro do próprio poder público, assembleia, os órgãos de Curitiba, mesmo em Beltrão, no sentido de que o voo não é nenhum luxo, é uma necessidade, porque uma linha aérea numa cidade dá uma expressão positiva. Você imagina sem ônibus na década de 1960, era fundamental, primordial. Então eu tenho essa visão clara, objetiva, de que uma linha aérea é necessária. Nós vamos ter que buscar alguma alternativa sim. Nós estamos estudando, já entrei em contato com uma outra linha aérea, mas eles querem um valor fixo por mês. Eu estou pensando em convidar umas 20, 30 empresas, tentar fechar o pacote. Porque nós temos aqui todo o setor cooperativo, tem a BRF, tem um setor industrial forte de confecções, com representantes, diretores, nós temos bastante convenções em Beltrão, nós temos a área de medicina, temos universidades. Não é possível que não tenhamos passageiro, vai uma questão de organizar. Nossa proposta agora pra uma companhia que eu já falei até com o dono, é que o avião sai de manhã e volta à tarde e a aeronave posa aqui, de repente isso pode ser uma alternativa até que a marca, males que vêm pro bem, numa dessa dá certo. Eu voo de manhã, às sete da manhã, e sete da noite tô em casa.”
