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quinta-feira, 19 de junho de 2025

Edição 8.229

20/06/2025

Alisson Brand encerra a carreira e diz: nem frustrado, nem realizado

Alisson Brand com a camisa da Patrocinense (MG), último clube da carreira.

Por Juliam Nazaré – O beltronense Alisson Brand anunciou a aposentadoria no futebol. Com apenas 28 anos, o zagueiro que fez a base no Internacional, passou por Paraná, Botafogo, América (RN), Vila Nova e pelo próprio Clube Esportivo União, afirma que as lesões atrapalharam a carreira.

A última equipe dele foi a Patrocinense (MG), no primeiro semestre. Apesar de ter conquistado o objetivo de manter o clube na elite do futebol mineiro, o jogador diz que a passagem foi difícil. “Eu tinha informações de que a estrutura que o clube daria aos jogadores seria muito boa. Mas as coisas mudam de ano para ano, e 2022 foi muito ruim. Vi jogadores chegando lá e indo embora no outro dia pelo que viam na rotina. Decidi ficar, pois queria a experiência de jogar contra as equipes grandes de Minas.”

Depois, teria recebido propostas, mas nenhuma lhe agradou. “Eu já estava decidido em parar, não estava mais motivado para seguir jogando”, declara. Segundo Alisson, a ideia de abandonar o futebol profissional existe há mais de um ano. “Era pra ter parado, no União depois do acesso para a Primeira Divisão (2021). Eu vinha cogitando desde 2019, quando passei pela segunda cirurgia no quadril. Naquele mesmo ano o médico do América (RN) já recomendou que eu parasse de jogar. Em 2017, na minha primeira cirurgia, o médico, antes de entrar na sala, me disse: ‘Quando eu abrir, posso prolongar sua carreira, assim como posso encerrar, dependendo da situação em que eu encontrar o quadril’. Então desde lá o meu mental foi preparado.”

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A lesão no quadril, descoberta no Vila Nova, e uma certa “má referência” dada por um dirigente do clube, na opinião da Brand, foram cruciais para que as oportunidades em outros times cessassem. “Hoje no futebol há muita troca de dados entre as comissões e departamentos médicos. Alguns clubes desistiram de me contratar após consultar um diretor, que falou que não sabia se eu teria condições de jogar e ter rendimentos. Eu sabia que estava melhor do que antes, mas no futebol tem pessoas de má índole, que favorecem seus interesses e atrapalham outros por pura ignorância.”

Ainda assim, Alisson acredita que conseguiu viver um momento bom, na sequência, quando se transferiu para o América (RN). “A minha resposta eu dei jogando bem novamente. Tinha que ser em campo, pois seria a única forma de reverter o quadro.”

Pós-gramados

Com mais de meio ano “parado”, Alisson já organizou a vida. Pretende jogar o próximo Campeonato Varzeano de Beltrão. Ele se associou a um tio, numa marmoraria de Renascença. Por enquanto, ele mora em Beltrão e vai todo dia para a empresa onde, garante, “pega no batente”. “Meu plano é seguir assim, ficar trabalhando. Já abri mão de muita coisa pelo futebol, agora é hora de dedicação à família e aos amigos também. É bom ter novamente um local fixo para viver.”

Realizado ou frustrado?

Questionado pelo JdeB se teria se realizado ou se frustrado no futebol, Alisson Brand respondeu um meio termo. “Realizei muitos sonhos que poucos conseguem. Consegui jogar em clubes grandes, com torcida e tradição, ganhei títulos e isso ninguém tira. Me sinto triste, pois em momentos-chave da minha carreira as lesões acabaram me atrapalhando muito. Eu esperava jogar fora do país, onde tinha a proposta, mas não fui, impossibilitado pela lesão. Acredito no destino traçado por Deus. Estou onde deveria estar.”

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