A legislação determina que o tempo máximo de prisão seja 30 anos em regime fechado.
Niomar Pereira – Nesta quarta-feira, 11, completam-se 10 anos da prisão de Gilmar Reolon, 58. Ele cumpre pena na Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão (PEFB) por seis homicídios: o pai Otávio Reolon, 65, a esposa, Gema Casanova Reolon, 43 anos, seus filhos Gian Lucas, 9, e Gissele Indianara, 14, a sogra Petronília Strosmovski Casanova, 84, e a adolescente Indiamara Pereira dos Santos, 13 anos. A reportagem do Jornal de Beltrão entrou em contato a direção do Deppen (Departamento de Polícia Penal) para agendar uma entrevista com ele, mas até ontem não havia resposta.
Pelo que foi apurado, ele está bem de saúde, toma medicação para hipertensão e diabetes, trabalha na confecção de jeans e tem boa convivência. Ele costuma jogar bola com os demais detentos. Além disso, tem bom relacionamento com os policiais penais e com os companheiros de prisão. Desde que foi preso não teve nenhuma falta por indisciplina.

Dia da prisão
Gilmar estava em seu acampamento, na Linha Triton, interior de Francisco Beltrão, quando foi surpreendido pelo irmão Idemar Reolon (em memória) e pelo policial militar Gilmar de Oliveira. Reolon foi condenado em 2014 a uma pena de 150 anos pelos crimes que cometeu, contudo, no Brasil, a legislação determina que o tempo máximo de prisão seja 30 anos em regime fechado, ou seja, ele já cumpriu um terço do período.
O primeiro crime de Gilmar Reolon é o assassinato do próprio pai, Otávio Reolon, 65, em agosto de 2009. O inquérito, concluído na época pelo delegado Valderes Luiz Scalco, tem diversos elementos probatórios que levaram ao indiciamento do foragido. A Justiça acatou o pedido da Polícia Civil e decretou a prisão preventiva do acusado. Um dos elementos que ajudou a reforçar a suspeita foi o depoimento de um vizinho que viu um veículo branco — com as mesmas características do carro de Gilmar — subir em direção à casa do pai na sexta-feira de tardezinha, exatamente quando o crime ocorreu, apesar do corpo ter sido encontrado só na segunda-feira, de manhã cedo.
Sete meses depois, exatamente no dia 7 de janeiro de 2010, uma quinta-feira, na comunidade de Lageado Bonito, interior de Eneas Marques, Gilmar confirma ter praticado um dos crimes mais bárbaros da história da região. Depois de matar toda a família a pauladas, ele ateou fogo na própria casa. Desde o trágico incêndio criminoso, Gilmar não foi mais visto. No dia 27 de fevereiro de 2010 ele matou a adolescente Indiamara Pereira dos Santos. Após ficar alguns dias sem comer, ele foi até a casa para furtar comida, pensando que não tinha ninguém em casa quando se deparou com a garota. Com medo de ser reconhecido, acabou matando a jovem. O principal indício que reforçou que Gilmar poderia estar escondido no mato foi o abate de cabeças de gado. As famílias da localidade ficaram intrigadas e os órgãos de imprensa começaram a noticiar o mistério.
