Já estamos no “pós carnaval”, mas mesmo assim muitos gostariam ainda de estar curtindo as festas que embalam o Brasil, para outros, o desejo é que este momento nunca tivesse acontecido, pois as tragédias são imensuráveis. Temos vivido tempos extremos, em que dor e alegria são experimentadas ao mesmo instante, e a gente, por vezes, se perde no que fazer. Mas, independentemente do que aconteça, o tempo não para e o planeta não deixa de girar. A realidade que nos acerta tem mostrado que a cada dia mais os extremos serão mais corriqueiros do que imaginamos ou desejamos.
O agravamento do efeito estufa vem sendo reconhecido pelos cientistas como o principal causador do aquecimento global. O aumento das temperaturas médias do planeta tem consequências graves para a agricultura, a pecuária e a geração de energia; pode provocar alterações nos ciclos de chuvas, intensificação de fenômenos meteorológicos (como tempestades mais intensas, secas prolongadas, furacões) e até mudanças irreversíveis em ecossistemas e extinção de várias espécies.
Por isso, fala-se em ‘mudanças climáticas globais’. O fenômeno Carnaval de 2020 foram registrados em apenas 5 capitais (Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Recife e Rio de Janeiro), o total de 3,5 mil toneladas de resíduos sólidos. Somente nos três primeiros dias oficiais de Carnaval, a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) recolheu 975 toneladas de resíduos dos circuitos.
Já na Sapucaí, a Ambev que fez uma campanha “Cada latinha conta”, e levou 100 catadores para a coleta das latinhas durante este período, lançando a campanha #blocodaslatinhas em suas redes sociais, tem a previsão de que 10 toneladas de latinhas tenham sido recolhidas na Sapucaí em 2023. Lembrando que hoje 77% das latas da Ambev vem de material reciclado, significando a redução de 95% a emissão de CO2 e de energia em relação à lata produzida a partir do alumínio primário.
A produção – indústrias, e o consumo – consumidor final, estão estritamente conectados e o excesso de consumo alinhado à falta de políticas públicas para a reestruturação das demandas e controle dos materiais e processos, nos tem trazido a estas catástrofes naturais, principalmente relacionados ao problema dos GEE (gases de efeito estufa), que são os vilões do nosso aquecimento global e, consequentemente, provocam desordem em nosso ecossistema, resultando em tragédias naturais.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é uma lei federal que tem como objetivo regulamentar o gerenciamento de resíduos sólidos no Brasil. A lei foi criada em 2010 e desde então passou por algumas alterações, a última delas em 2018. A principal novidade da última atualização foi a obrigatoriedade da destinação correta dos resíduos. A PNRS é dividida em três eixos principais: Redução da geração de resíduos; Aumento da taxa de reutilização, reciclagem e compostagem; Destinação correta dos resíduos que não podem ser reutilizados ou reciclados. No Brasil apenas 4% dos nossos resíduos sólidos são reciclados. No entanto as latinhas de alumínio são número 1 no mundo, com 99% do seu produto reciclável, segundo o site do Governo Federal.
É urgente a necessidade de desenvolvimento de políticas públicas, projetos, ações e mudanças de hábitos quanto à compostagem de alimentos para todas as empresas e residências em nossa sociedade. Quanto aos rejeitos, que são todos os resíduos que não podem ser reutilizados ou reciclados, é inadiável todo o suporte de pesquisas e investimentos financeiros para soluções sustentáveis de matéria prima regenerativa para o meio ambiente, diminuindo inteiramente os tamanhos dos nossos aterros sanitários, que estão a cada dia mais críticos e lotados. Quer saber mais, me segue @bela.habits