JdeB – Mais de 20 cães que estão abrigados no Centro de Zoonoses de Francisco Beltrão podem ser adotados por visitantes do Sudoeste Rural Show, que acontece até domingo no parque de exposições. Uma equipe da prefeitura e de ONGs parceiras está no local realizando entrevistas e formulários com os interessados nas adoções.
Esta é a primeira vez que esse tipo de iniciativa acontece dentro de uma das feiras beltronenses. A proposta surgiu através de uma articulação do vereador Jean Emiliano (MDB) e entidades da causa animal junto ao Município para que o setor de venda de pequenos animais fosse substituído pelo serviço de divulgação das adoções e tutela responsável. “Conversamos com a Prefeitura e Sociedade Rural e a ideia vingou, o prefeito Cleber abraçou a causa”, comenta o vereador.
A advogada Heloise Schiavini, que preside a Comissão de Direito Animal da OAB-PR, subseção de Beltrão, e dá suporte à iniciativa, comenta que o objetivo do espaço é sensibilizar a sociedade sobre a adoção e a responsabilidade com os animais. “A adoção é um ato de amor e principalmente de responsabilidade, uma ótima oportunidade de ter um companheiro, além de não incentivar a comprar animais de estimação.”
Adoção responsável
Quem pretende adotar um dos animais do Centro de Zoonoses passa por uma entrevista e, se aprovado, preenche um termo que serve como uma espécie de contrato. Os cães não foram levados para a feira para não causar estresse, por isso quem se candidata agenda uma visita ao abrigo para interagir e ver com qual animal se identifica mais.
O médico veterinário Everton Leonardi, coordenador do serviço, explica que todos os animais estão castrados, vacinados e com chip de identificação e, caso sejam abandonados, o tutor responde por maus tratos. “Sempre temos animais disponíveis para a adoção responsável, pois a demanda de acolhimento é muito maior que a de pessoas dispostas a adotar”, frisa Leonardi.
Atuação do Centro de Zoonoses
O espaço na feira é, também, uma oportunidade para levar orientação e divulgar os trabalhos do Centro de Zoonoses, que atende prioritariamente animais de rua e de famílias de baixa renda. Se o cão ou gato for de rua e precisar de atendimento, ele é tratado e devolvido ao local onde foi encontrado, sempre com a supervisão de algum morador – é comum ter animais “comunitários” nos bairros. O serviço ganhou reforço de mais um veterinário e agora realiza cerca de 60 castrações por semana. Os profissionais também atuam em casos de maus tratos, notificando tutores e, em casos mais graves, em resgate de animais com apoio policial.
