Empreendedor viu as vendas deslancharem.

JdeB – A cutelaria é o ofício que envolve toda a família Pegoraro, que mora na comunidade Barra Grande, interior de Manfrinópolis. Emerson, a esposa Sônia e o filho Marco Antônio se dividem em diferentes funções: um faz a forja e o processo mais bruto, o outro os acabamentos e cabos e ela fica na confecção das bainhas. A linha de produção é para dar conta da demanda cada vez maior, resultado do aumento do interesse pelas facas artesanais e da profissionalização da pequena cutelaria.
“Na época em que passei a fazer alguma coisa ou outra não tinha toda a informação sobre a cutelaria que existe hoje, então foi tudo mais difícil, mas com ajuda das pessoas certas e cursos consegui entender e aperfeiçoar os produtos”, cita Emerson.
Quando começou a fabricar facas, oito anos atrás, a atividade era um passatempo. Aos poucos, ele viu que esse poderia ser um bom negócio e foi em busca dos primeiros clientes. “No começo eu fazia 20, 30 facas, colocava numa maleta de couro que fabriquei e saia vender de porta em porta. Recebi muitos ‘não’, mas busquei o meu ‘sim’. A venda era mais em casas agropecuárias e lojas de caça e pesca. Com a pandemia, aí as vendas alavancaram por meio da internet”, relembra.
Hoje a oficina está equipada e os itens fabricados aqui ganham o Brasil por meio das vendas on-line e grupos de rifa virtual. Também participam de feiras e eventos na região. Tem empresas e pessoas que pedem modelos personalizados e a Cutelaria Pegoraro fabrica conforme o pedido, despachando para todo o País. Tem remessa que já foi até para o exterior. A principal preocupação é com a qualidade, trabalhando com aço certificado e respeitando as técnicas – têmpera e revenimento.
“Cada peça tem um pedaço da gente”
Modelos mais tradicionais voltados ao churrasco, como a campeira e picanheira, vendem bem, assim como a linha bushcraft. Por meio da forja do aço, Emerson produz até as cobiçadas facas de damasco, que levam três quilos de aço em camadas e demoram cinco dias para ficar pronta. Também é possível produzir os itens com peças reaproveitadas, como molas de caminhão e disco de arado. Independente da origem do material, o trabalho final sempre é satisfatório. “Eu tô realizado com o que faço, mas todo dia buscando conhecimento. A satisfação maior é saber que é um produto que fizemos com o coração, porque no artesanal cada faca tem um pedaço da gente junto”, finaliza Emerson.