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Francisco Beltrão
sábado, 24 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

BIOLOGIA DE TUMORES

Laboratório da Unioeste receberá R$ 2 milhões da Itaipu

Scirea, Adilson, Viro, Luciana, Carolina, Luciano e Daniel na reunião de ontem na Unioeste. Foto: Divulgação.

Por Niomar Pereira – O LBT (Laboratório de Biologia de Tumores) da Unioeste de Francisco Beltrão recebeu ontem, 4, uma notícia que marca um importante avanço em suas pesquisas. Um equipamento para dosagem de agrotóxicos em amostra de pacientes e meio ambiente será adquirido por meio de recursos da Itaipu Binacional, no valor de R$ 2 milhões.

A informação foi oficialmente comunicada pela deputada estadual Luciana Rafagnin (PT) e pelo assessor de coordenação da Itaipu, Eduardo Scirea, ex-vice-prefeito de Francisco Beltrão (2013-16). O evento contou com a presença do diretor da Unioeste, professor Adilson Carlos da Rocha, da coordenadora do LBT, professora Carolina Panis, do médico Daniel Rech, coordenador do Ceonc e docente do curso de Medicina, do professor Luciano Candiotto, também docente da universidade, e do presidente do PT, Viro de Graauw.

A conquista foi comemorada pela professora doutora Carolina Panis, que pesquisa sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde humana e no meio ambiente. Ela destacou que essa vitória é fruto de uma luta de 10 anos e que tornará o laboratório uma das instalações mais modernas da América Latina nessa área. Agradeceu especialmente à deputada Luciana, que sempre apoiou as causas das mulheres agricultoras no Sudoeste e foi fundamental para obter o apoio da Itaipu, e também ao deputado estadual Jorge Goura (PDT), que deu a oportunidade dela apresentar as graves questões do Sudoeste do Paraná à Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Estado.

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Deputada Luciana ressalta o novo papel da Itaipu

JdeB – Segundo a deputada Luciana Rafagnin (PT), os aparelhos terão um papel essencial na medição dos resíduos de agrotóxicos, colaborando diretamente com as pesquisas já conduzidas pela Unioeste nessa área. “Com foco no grande uso de agrotóxicos e suas possíveis implicações na incidência de câncer, a pesquisa ganhará um impulso significativo com a aquisição desses equipamentos.” A deputada Luciana relata ainda a importância dessa iniciativa para o desenvolvimento da ciência e inovação no País, enxergando nessa parceria com a Itaipu Binacional uma contribuição essencial para a evolução dos estudos e o avanço na compreensão dos impactos dos agrotóxicos na saúde humana e no meio ambiente. Até então, os projetos e recursos de Itaipu ficavam concentrados na região Oeste do Paraná, agora estão atendendo mais municípios do Paraná.

Com exames importantes, equipamento atenderá pesquisa, prevenção e tratamento de câncer

A Unioeste de Francisco Beltrão conquistará uma melhora significa na área de pesquisa científica com a aquisição do equipamento de dosagem de agrotóxicos. O aparelho é capaz de medir a quantidade de agrotóxico presente em amostras de sangue, urina, água, leite e alimentos, abrindo novas perspectivas para o estudo dos efeitos dessas substâncias na saúde humana e no meio ambiente.

A professora Carolina Panis, coordenadora do Laboratório de Biologia de Tumores (LBT), destacou a importância desse novo investimento para a pesquisa que já é realizada há uma década na região. Segundo a pesquisadora, a dificuldade de demonstrar a presença de agrotóxicos nas amostras rastreadas era um dos principais limitadores do trabalho realizado até o momento. A restrição de equipamentos dessa natureza na região exigia parcerias com grupos externos, o que tornava o processo mais custoso e restrito. Uma única análise chega a custar R$ 1.000.

Com o novo equipamento, a equipe do LBT poderá quantificar a exposição das pessoas aos agrotóxicos, identificando de forma mais precisa quem está sendo contaminado e permitindo a implementação de ações educativas para prevenção de doenças. A professora Carolina reforçou a importância de alcançar as mulheres agricultoras, expandindo o projeto também para os homens, e conscientizá-los sobre a necessidade de adotar medidas de proteção individual ao manusear essas substâncias.

Tratamento de câncer

Além dos benefícios no campo da pesquisa sobre agrotóxicos, o equipamento também será utilizado para avaliar os níveis de quimioterápicos no sangue, ampliando o trabalho já realizado em parceria com o Centro de Oncologia (Ceonc). A identificação precoce das mulheres que apresentam falhas na resposta ao tratamento será um dos avanços esperados, permitindo um melhor acompanhamento e ajuste terapêutico.

De acordo com ela, a aquisição do equipamento, viabilizada com o apoio da Itaipu Binacional, possibilitará à Unioeste operar com todo o potencial da tecnologia, equiparando a instituição aos grandes laboratórios internacionais que estudam agrotóxicos. Ela entende que para a região Sudoeste, essa conquista representa um marco importante no avanço científico e no compromisso com a saúde e o bem-estar da população. “Vamos andar 30 anos em 10 anos, eu não tenho dúvidas, porque a gente vai se igualar aos grandes laboratórios que estudam agrotóxicos fora do país.”

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