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Francisco Beltrão
sábado, 21 de junho de 2025

Edição 8.230

21/06/2025

ROTINA DOS SOCORRISTAS

Trabalho do condutor do Samu vai além de dirigir ambulância

Roger Sartori Formaio é condutor socorrista há cinco anos: “Apesar dos desafios, me sinto realizado na profissão”. Foto: Jônatas Araújo/JdeB.

JdeB – Todos os dias em que chega para o plantão na base do Samu, o condutor socorrista Roger Sartori Formaio faz uma verificação detalhada do veículo e equipamentos. O condutor que repassa a função precisa informar sobre os materiais que ficaram nos pronto-socorros, se há alguma indicação de problema no veículo e as ocorrências que foram atendidas. Depois, é necessário fazer o check list seguindo uma relação de itens a serem observados na ambulância. Tudo precisa ser constado em ata.

Essa é apenas uma etapa da rotina de quem trabalha conduzindo os veículos do Samu. “A função do condutor-socorrista é bem mais ampla do que a maioria das pessoas imagina e imprescindível para que as unidades estejam sempre em dia para se deslocar até as ocorrências”, diz Roger.

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Além das verificações rotineiras, o condutor também é responsável pelo suporte nos locais de ocorrências. É quem deve sinalizar a cena para evitar acidentes, seguindo o protocolo para este tipo de situação, e ainda prestar apoio aos outros profissionais, como na remoção de vítimas e massagem cardíaca. Nos deslocamentos para atender os chamados, o condutor é quem deve fazer o trajeto de forma rápida, mas também segura.

“Veículos de emergência têm prioridade no trânsito, mas isso não significa andar sem limites. É preciso seguir o CTB e manuais do condutor-socorrista porque também temos responsabilidades”, explica Roger, que pede mais empatia dos motoristas. “Muitas vezes percebemos que o motorista da frente viu a ambulância, mas não dá passagem”, relata.

Quando não estão sendo usadas para atendimento, as unidades móveis do Samu são preparadas para as ocorrências. Isso envolve manutenções, limpeza e o carregamento de sistemas que demandam energia elétrica. Os condutores também saem para fazer o recolhimento de materiais – como pranchas, bandagem e colares cervicais – na Upa e hospitais onde paciente foram levados no plantão anterior.

A base do Samu em Beltrão possui dois modelos de ambulância. A unidade de suporte básico é composta pelo condutor e um técnico de enfermagem e é encaminhada para situações mais simples. Já a unidade de suporte avançado é como uma UTI e tem, além do condutor, um médico e enfermeiro na equipe.

Atuação abrangente

Roger está nesta função há cinco anos. Ele já trabalhou como motorista de caminhão, e nunca foi seu sonho dirigir ambulância, mas diz que se identificou com a profissão e se sente realizado, apesar da pressão que muitas situações impõem: “Temos acompanhamento psicológico no Ciruspar, formações técnicas e um trabalho em equipe muito forte. Isso faz que possamos enfrentar qualquer situação oferecendo o melhor serviço às vítimas e todos os envolvidos”. Nos dias de folga do Samu, ele também trabalha como motorista de aplicativo e condutor de ambulância em uma empresa privada.

Para atuar no Samu como condutor, é preciso ser aprovado no processo seletivo, que exige CNH categoria D e o curso de transporte em veículo de emergência. É preciso, também, saber os protocolos de atendimento e condução. Todo ano os profissionais passam pela recertificação, com aulas e exames teóricos e práticos. Um ponto que Roger destaca como fundamental nesta função é o conhecimento de ruas, bairros e localidades do interior: “Uma boa orientação geográfica nos permite definir o melhor percurso e chegar o mais rápido”.

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