
Por Beto Rossatti – A Conferência de Segurança Alimentar, realizada em Pato Branco, reuniu autoridades e lideranças ligadas ao agronegócio, principalmente da agricultura familiar, que é a maior responsável pela produção dos alimentos in natura que são consumidos à mesa das famílias brasileiras. O encontro reuniu agricultores, profissionais ligados ao agronegócio e representantes do Governo do Estado e municípios da microrregião de Pato Branco.
A Organização das Nações Unidas divulgou, neste mês de agosto, o relatório que aponta o crescimento da fome no Brasil e no mundo. Segundo o relatório, 70 milhões de brasileiros — 32% da população do país — se encontra em situação de insegurança alimentar. Um dado ainda mais grave engloba os brasileiros que se encontram em uma situação ainda mais grave, que são aqueles que não têm o que comer — hoje 21 milhões de pessoas praticamente 10% da população.
No mundo, o quadro é assustador, 3,1 bilhões de pessoas em insegurança alimentar e 783 milhões passando fome, sendo os países africanos os que detêm o quadro mais grave, onde uma a cada cinco pessoas sofre de fome.
Menos cooperados
Sócios de cooperativas de agricultores familiares caíram à metade em menos de quatro anos. Rosaldo Giacomoni, presidente da Cooperativa de Agricultores Familiares de Pato Branco, revela: eram 116 famílias associadas, e hoje são 54.
“A redução do número de famílias na agricultura familiar é uma questão que precisa ser alvo de debate, porque é neste modelo que os alimentos que consumimos na mesa são produzidos”, afirmou Rosaldo.

A mesma dificuldade é sentida pela Cooperativa de Agricultores Familiares de Honório Serpa, hoje com 200 sócios ativos. O presidente Paulo Cesar de Castro destaca que é preciso criar condições para que os jovens encontrem qualidade de vida no campo para não abandonar a atividade. “Nós precisamos de políticas públicas que assegurem qualidade de vida no campo, para garantir a manutenção dos jovens no campo, assegurando a sucessão familiar”.
Governo vai liberar recursos para agricultura familiar
A diretora de Segurança Alimentar da Secretaria de Agricultura do Paraná, Márcia Cristina Stolarski, participou do encontro em Pato Branco. Disse que a sucessão no campo é hoje uma preocupação de Estado. O governo vai liberar recursos para os programas Programa de Apoio ao Cooperativismo da Agricultura Familiar do Paraná (Coopera Paraná), Compra Direta Paraná, programa de Revitalização da Viticultura Paranaense (Revitis) e Leite das Crianças, além do Estradas da Integração, que pavimenta acessos rurais.
“Estamos ampliando os investimentos em programas para a agricultura familiar e promoção social, porque o governo tem consciência da importância deste segmentos do agro para a segurança alimentar do Paraná, do Brasil e do mundo”, destacou Márcia Cristina.