Nove em cada dez estudantes afirmam confiar em seus professores e 87% os enxergam como exemplos positivos. Essa constatação faz parte da pesquisa Educação na perspectiva dos estudantes e suas famílias, realizada pelo Datafolha a pedido do Itaú Social, Fundação Lemann e BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). O estudo também mostra que os docentes têm boa proximidade com os estudantes, pois 81% dos alunos contam que não possuem problemas na relação com seus professores, enquanto que apenas 19% discordam dessa afirmação. Os períodos de Alfabetização e Anos Iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) têm maior facilidade no relacionamento (87% e 86%) em comparação com os Anos Finais (6º ao 9º ano) e Ensino Médio, com 77% e 78%, respectivamente. Na interação com as famílias, 72% dos estudantes e seus familiares responderam que contam com os professores para esclarecer dúvidas, com percentuais mais altos entre os alunos de Alfabetização (78%) e Anos Iniciais (77%). Os docentes da região Sul aparecem como os mais receptivos, com 82%; em contrapartida, na região Norte essa prática ocorre com menor frequência, registrando 67%. Para 87% dos responsáveis dos estudantes, os docentes conhecem muito ou em parte as dificuldades de aprendizado de cada um de seus alunos. Segundo o estudo, os professores da região Sul são quem tem maior percepção, com 93%. O Nordeste se aproxima com 90% e aparecem na sequência as regiões Centro-Oeste (86%), Norte (86%) e Sudeste (83%). Esse reconhecimento pode ser justificado pelas atividades realizadas nas escolas, em que 91% dos familiares argumentam que elas ajudam a criar uma relação de confiança entre ambos. Na região Norte, esse índice é de 95%, seguido do Sul (94%) e Nordeste (93%). Centro-Oeste e Sudeste aparecem praticamente empatados, com 88% e 87%, respectivamente. “A motivação dos professores em elaborar soluções criativas para tornar as aprendizagens mais atrativas é reconhecida aos olhos dos estudantes, que, por sua vez, correspondem se engajando na dinâmica da matéria. Essas iniciativas marcam a trajetória escolar de crianças, adolescentes e jovens, fazendo com que o aluno observe uma perspectiva mais ampla de sua vida”, afirma a coordenadora de Educação Infantil do Itaú Social, Juliana Yade, que também atuou durante oito anos como professora do Ensino Fundamental. Professor: a chave da transformaçãoPara o Dia do Professor, 15 de outubro, elencamos histórias de professores de todo o país que têm transformado o cotidiano escolar. Apesar dos desafios, o entusiasmo pela docência é o que os move, para, inclusive, trazer inovações para a sala de aula. |
Batalhas de rimas despertam interesse do estudante na leitura |
![]() Despertar o interesse dos estudantes pela literatura por meio da arte foi o objetivo da professora de língua portuguesa Laís Freitas. Com seu projeto “Slam” e a realização de saraus dentro da escola, os adolescentes se encantaram e passaram a consumir obras literárias e a escrever poesias, seja para participar dos eventos culturais ou até para registro pessoal. |
Livros com personagens negros elevam autoestima de crianças na Educação Infantil |
![]() Dados da “Avaliação da Qualidade da Educação Infantil”, desenvolvido pelo Itaú Social e pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, mostram que as relações raciais são pouco exploradas na pré-escola e creche. Compreendendo essa lacuna, a professora de Educação Infantil Shirley Borges desenvolveu um projeto na sua escola envolvendo os livros de personagens negros distribuídos pelo programa Leia com uma criança, do Itaú Social. Segundo a docente, ao se reconhecerem nas histórias, as crianças elevaram sua autoestima e puderam projetar sonhos maiores de carreira e de vida. |
Crianças da pré-escola do litoral paulista brincam por meio da literatura |
![]() A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) prevê seis experiências que proporcionam o desenvolvimento da criança: o conviver, o participar, o explorar, o expressar, o conhecer-se e o brincar, sendo essa última utilizada com frequência pela professora Susana Leite. A docente utiliza as gincanas para apresentar aos estudantes o universo da literatura e, por consequência, os prepara para o início da alfabetização no Ensino Fundamental. |
Livro digital oferece recursos interativos que estimulam o interesse da criança na literatura |
![]() A professora Aline Frederico tornou a internet aliada na difusão da literatura infantil. Em sua trajetória acadêmica, a docente incentiva o uso de títulos digitais, que são diferentes da tiragem impressa ou do e-book (que tem as mesmas características que um livro convencional), oferecendo recursos interativos por meio do texto, efeitos sonoros, animações e gestos do leitor. Esse empenho resultou na oferta do curso “Mediação de literatura infantil digital”, disponível gratuitamente no Polo, ambiente de formação do Itaú Social, e que pode ser acessado por professores e familiares. |
Abordagem mostra que errar é uma oportunidade de aprender matemática |
![]() A professora Ione Clarice é uma das docentes que participam do “Mentalidades Matemáticas”, desenvolvido no município de Vespasiano (MG). A abordagem incentiva que alunos superem o medo de errar por meio de um ambiente seguro e com dinâmicas que vão além das fórmulas, envolvendo jogos e conversas e tornando a experiência em sala de aula mais divertida. |
Projeto leva cultura e tecnologia africana para o ensino da matemática |
![]() Técnicas de trançados, jogos tradicionais, movimentos da dança congada e as tecnologias para construção das minas em Ouro Preto foram alguns dos exemplos utilizados pelo projeto de pesquisa “Modelagem Matemática: contribuição de um curso de formação de professores”. A iniciativa trouxe a cultura regional afro-brasileira para dentro da sala de aula de Ituiutaba, possibilitando aproximação e o reconhecimento dos estudantes da disciplina de matemática e de sua origem. |
Crianças do Ensino Infantil recontam a história de Chapeuzinho Vermelho sob a ótica indígena |
![]() Buscando acolher e valorizar a cultura dos estudantes indígenas, a professora Juliana de Souza realizou momentos de mediação de leitura de histórias de personagens indígenas com brincadeiras e fantoches. As obras utilizadas para esse projeto foram entregues pelo programa Leia com uma criança, do Itaú Social. As crianças ficaram tão fascinadas com a literatura e pela possibilidade de falar mais a respeito da sua etnia, que decidiram produzir o seu próprio livro recriando a história da “Chapeuzinho Vermelho”, mas com a etnia indígena considerando a vivência e tradições dos povos originários. |
Professora lança aplicativo que resgata a história dos povos negros e indígenas do Cariri Cearense |
![]() Por meio de depoimentos dos moradores e de familiares dos estudantes de escolas públicas da comunidade do Gesso (CE), a professora Cícera Nunes criou o aplicativo “Educaya”. A ferramenta está disponível gratuitamente e apresenta locais que têm relação com comunidade negra e indígena no território do Cariri Cearense. Parte dos ambientes mapeados estão preservados e a outra mostra como eles foram ressignificados pela comunidade, como a linha férrea que hoje é organizada pelos moradores como um sítio urbano, com plantação de ervas medicinais e árvores frutíferas. |
Projeto escolar de escrita de diário contribui com a melhoria no Ideb em Una (BA) |
![]() Em um período de quatro anos, os estudantes do município de Una (BA) evoluíram 8% na aprendizagem de língua portuguesa, segundo o Ideb. Parte dessa conquista é atribuída ao projeto de escrita de diário pessoal iniciado pela professora Cláudia Dapper, do Colégio Municipal Cândido Romero Pessoa, zona rural do Una (BA). A iniciativa foi inspirada pela obra “Diário de Anne Frank”, que motivou os estudantes a adotarem como rotina narrar suas histórias em cadernos. |
Projeto escolar de escrita de diário contribui com a melhoria no Ideb em Una (BA) |
![]() A professora Mighian Danae disponibilizou gratuitamente o “Catálogo de Jogos e Brincadeiras Africanas e Afro-brasileiras” e o livro digital “Brincar e descolonizar: educar para a equidade”. Ao todo são mais de 100 jogos e brincadeiras com origem brasileira e de seis países do continente africano. A produção desse material levou dois anos e foi aplicada parcialmente na escola quilombola José de Aragão Bulcão, em São Francisco do Conde, conquistando boa adesão dos estudantes e de seus familiares. |
Outras pesquisas que podem subsidiar conteúdos sobre o Dia dos Professores: Pesquisa de opinião com professores (TPE) Oito em cada dez entrevistados concordam que, se pudessem decidir novamente, ainda escolheriam ser professor. Além disso, 91% concordam totalmente que o que traz mais satisfação na profissão é quando percebem que os alunos estão aprendendo;94% dos professores concordam (68% totalmente e 26% em parte) que a progressão na carreira deve vir por meio da melhoria da prática pedagógica;As principais ações que o poder público deve adotar são apoio psicológico a professores e estudantes (18%), aumento no salário dos docentes (17%), promoção de programas de reforço e recuperação (16%) e promoção do envolvimento das famílias na vida escolar dos filhos (14%);Os desafios no dia a dia das escolas mais elencados pelos professores foram o desinteresse dos estudantes pelas aulas (31%) e a defasagem na aprendizagem dos alunos (28%);Apenas 19% concordam totalmente que os atuais cursos de graduação de Pedagogia e licenciaturas estão preparando bem os docentes para o início da profissão;84% concordam (53% totalmente e 31% em parte) que cursos presenciais formam docentes mais preparados – apesar de seis em cada dez professores formados no Brasil terem se graduado em cursos a distância, em 2020;42% discordam, totalmente ou em parte, que seus planos de carreira atendem suas expectativas de crescimento profissional. Hoje, em geral, professores avançam na carreira por titulação e tempo de serviço. Pesquisa Volume de trabalho docente A sobrecarga de trabalho afeta negativamente a saúde dos docentes, podendo acarretar prejuízos com o absenteísmo e a necessidade de substituição de profissionais;Quase 20% dos docentes das redes estaduais de educação trabalham com mais de 400 estudantes durante o ano letivo;O estudo também mostrou uma grande distorção em relação à média de alunos por professor, que pode variar de 11 a 525 estudantes, conforme a rede. Percepções e Desafios dos Anos Finais do Ensino Fundamental nas redes municipais de ensino 49,2% das redes municipais oferecem formação continuada bimestralmente para professores;75% dos dirigentes municipais alegam que a saúde mental dos professores têm sido um dos desafios determinantes na gestão dos Anos Finais;76% das redes disseram que têm nenhuma ou pouca dificuldade |