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Francisco Beltrão
domingo, 22 de junho de 2025

Edição 8.230

21/06/2025

Por que, afinal, os nazistas não gostavam dos judeus?

Vou responder. Antes, uma pequena contextualização. No século 19, o capitalismo estava se firmando e não foi um período muito fácil, posto que teve uma grande migração de pessoas do campo para as cidades. E estas ficaram superpovoadas, e não tinha emprego pra todo mundo. Muita miséria grassando pelos centros urbanos da Europa.

Mas os judeus, por sua disciplina e trabalho, e com uma vida austera, acumulavam, e prosperavam naquela realidade em geral de adversidade. Eles eram, vamos dizer, “bem de vida”, inclusive porque havia solidariedade no seu universo existencial e incentivo pelo esforço alheio. 

E então entre os pobres de espírito vicejava a inveja, o preconceito e o ressentimento. Os judeus tinham comércio, casa confortável, bancos, joalherias — eles “roubavam”, diziam, à boca pequena, os ciumentos e os vagabundos.

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Essa era a metafísica daquele tempo naquela Europa de 150 anos atrás. Ninguém gostava dos judeus. Então o jornalista austríaco Theodor Herzl liderou um movimento para que os judeus tivessem a sua pátria — isso é o sionismo (que deriva de Sion, que é Jerusalém). Theodor morreu no começo do século passado, mas suas ideias ficaram registradas em livros, artigos de jornal e tiveram seguidores. E Israel, em 1948, seria a concretização do movimento sionista do século 19, isto é, a existência de uma nação.

Agora vamos para a Alemanha da década de 1920 (antes de Israel existir). A Alemanha havia perdido a primeira guerra mundial (1914-18) e estava devastada. O tal Tratado de Versalhes (o tratado de paz pós-guerra, de 1919) humilhou por demais o povo alemão, que tinha que pagar uma dívida enorme, anos a fio, para os  países vencedores — França, Inglaterra, Estados Unidos, etc.

Sim, a Alemanha estava na miséria. E existiam os movimentos políticos, com muita gente dizendo “não” à imposição do Tratado de Versalhes. Entre esses movimentos, o tal Partido Nacional-Socialista, que Hitler  (ferido na primeira guerra, como cabo) aderiu e em poucos meses virou o principal porta-voz.

Sim, repito, a Alemanha estava na miséria e esses movimentos de contestação cresciam. Junto com essa realidade de pobreza pra todo lado, o povo judeu continuava com aqueles valores de sempre — estudo, trabalho, fé, etc. Os judeus estavam “bem de vida” em meio a um cenário de inflação gigante, desemprego alto e ausência de futuro.

E entre as pessoas fracas — a maioria — vai engrossando o “caldo de cultura” que culpava os judeus pelo dia a dia ruim que se testemunhava diante dos olhos. E o Partido Nacional-Socialista captou isso muito bem.

Nos anos 1930, o nacional-socialismo chegou ao poder e lentamente começou a rearmar a Alemanha (numa aliança com os comunistas soviéticos, como se descobriu recentemente, há 30 anos. Mas isso é outro assunto). E lentamente aquele nojo que o povão sentia pelos “judeus ladrões bem de vida” foi respondido pelo governo durante dez anos. Começou com o boicote ao comércio judeu, depois o confisco de indústrias e bens, depois a expulsão e em seguida os campos de concentração. Tudo isso com grande apoio da população!

No meio da segunda guerra, lá por 1942 e 43, veio o projeto da “solução final”, as câmaras de gás para matar todos os judeus em escala industrial. E os nacional-socialistas quase conseguiram. Consta que dos nove milhões de judeus na Europa naquele tempo, seis milhões morreram.

OBS 1 – Então quando alguém falar que “Fulano de tal” é antissionista significa que ele está acusando aquele “Fulano de tal” de ser contra a existência do Estado de Israel (Sion, Jerusalém).  Já ser “antissemita” é ser racista, porque contra a raça dos semitas (judeus, árabes, palestinos, hebreus, babilônicos, etc.).

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