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Francisco Beltrão
terça-feira, 01 de julho de 2025

Edição 8.236

01/07/2025

Suinocultura vive bom momento

Suinocultura vive bom momento


Historicamente, a suinocultura sempre teve momentos de altas e baixas. Mas a última crise durou mais que o normal. De acordo com o produtor e presidente da Associação Municipal dos Suinocultores de Pato Branco, Remi Girardi de Lima, o último período difícil durou três anos. A crise forçou a diminuição do plantel de matrizes pela metade na região Sudoeste.
Na lei da oferta e da procura, a redução do número de animais disponíveis no mercado provocou a alta do preço. Da média de R$ 0,80 o quilo do suíno vivo praticado nos últimos anos, o preço aumentou em 2004 para R$ 2,30. Outro fator relevante para o bom momento vivido pela suinocultura é a redução do custo de produção que inverteu positivamente em relação ao período difícil. O milho, principal insumo da alimentação suína, caiu de R$ 25.00 para R$18,00 a saca de 60 quilos e o farelo de soja de R$ 48,00 para R$ 34.00 a saca.
Girardi explica também que o ambiente externo tem favorecido a atividade no Brasil. Argentina e Rússia voltaram a comprar a carne brasileira. Hoje o produto é vendido para mais de 60 países. Tradicionalmente, o país exportava de 90 a 100 mil toneladas. Com os novos clientes as vendas externas aumentaram para 500 mil toneladas. E devem crescer ainda mais. Entre as explicações para o aumento das exportações estão a redução do consumo de carne bovina na Europa por causa da vaca louca e a gripe asiática que provocou a diminuição do plantel de frango naquele continente.
Antes da grande crise da suinocultura Girardi apenas engordava os suínos comprados de outros produtores especializados na criação dos leitões. Com experiência no setor há mais de duas décadas, o criador fez o inverso da maioria no período de crise. Ao invés de vender o plantel, comprou matrizes de alto padrão genético com preços baixos e hoje faz o ciclo completo na propriedade: cria e engorda. Entre as vantagens está a qualidade dos animais. “Antes, quando apenas trabalhava com engorda, não tinha a uniformidade esperada do rebanho, agora sei o que to entregando para a indústria” explica o produtor.
Para chegar a auto-suficiência e ter animais com padrão de qualidade, Girardi está investindo na infra-estrutura da propriedade. As baias das matrizes “estão sendo projetadas e construídas com o que há de melhor no mercado” revela. A atividade atingiu alto grau de profissionalismo nos últimos anos. Desde a necessidade de genética que garante carne com baixo teor de colesterol, até a compreensão do mercado globalizado. Para Girardi “não existe mais espaço para aventureiros no setor. Os investimentos devem ser bem pensados”. A médio prazo ele pretende agregar valor à produção com a transformação dos suínos em diversos sub-produtos na própria fazenda: “vou segurar aqui o lucro que hoje fica na indústria” concluiu Girardi.

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