20.9 C
Francisco Beltrão
sábado, 07 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Conheça Lily, a baiana de acarajé de Francisco Beltrão

Lily do Acarajé, natural de Ilhéus, está empreendendo em Francisco Beltrão com o quitute típico da Bahia. Foto: Juliam Nazaré.

Por Juliam Nazaré – O que é que a baiana tem? Tem acarajé! E, para sentir o gosto do dendê e da pimenta, o beltronense não precisa mais pegar nenhuma ponte aérea e viajar milhares de quilômetros. O quitute está ao alcance da porta de casa. Basta acionar o “delivery” e fazer o pedido. Aliliane Souza Santos, a “Lily do Acarajé”, baiana de Ilhéus, terra de Jorge Amado, desembarcou no Sudoeste do Paraná há dez meses e está sendo a responsável por difundir o sabor inconfundível do prato típico reconhecido mundo afora.

Lily chegou em Beltrão com o marido e as duas filhas, incentivada por uma cunhada, radicada na cidade há dez anos. De imediato, encontrou emprego como zeladora de uma escola. Quando as colegas souberam de sua origem e que sabia preparar o prato famoso, a incentivaram a explorá-lo comercialmente.

“Minha avó fazia quando eu era criança. Lá em Ilhéus aprendi a fazer, mas pro consumo em casa, mesmo.”

- Publicidade -

A palavra acarajé vem do idioma iorubá – uma das línguas trazidas pelos escravizados para o Brasil, sobretudo a Bahia – e significa comer bola de fogo. No candomblé, é a comida sagrada de Iansã, Oxum e Xangô – no sincretismo com a religião católica, Santa Bárbara, Nossa Senhora da Conceição e São Jerônimo, respectivamente.

Na receita, itens incomuns ao paranaense: a começar pelo feijão fradinho. Dele vem a massa que origina o bolinho do acarajé, frito no azeite de dendê. Pronto, é partido ao meio e ganha recheios de vatapá, caruru, salada de tomate verde e camarão. A pimenta é opcional.

Por conta do paladar da maioria dos beltronenses, desacostumados aos frutos do mar, Lily precisou adaptar as receitas. Para que aqueles com alergia a camarão também possam comer acarajé, ela prepara o vatapá e o caruru sem o crustáceo.

Outra alteração foi necessária. Originalmente, é o camarão seco quem recheia o quitute. No entanto, pela inexistência da iguaria na região, usa o filé fresco.

E se no estado-natal ser baiana de acarajé é profissão regulamentada, Lily não quis ficar na informalidade em Francisco Beltrão. Ela procurou a Sala do Empreendedor e criou uma Microempreendedor Individual (MEI).

“Ninguém fica sem comer, então o segmento está crescendo, por mais que a parte de serviços e comércio também estejam se expandindo. A Lily chegou pra nós no ano passado e a gente se encantou pelo produto dela e a incentivou a empreender por aqui. Estamos colocando ela na parte de capacitação, consultoria e gestão da empresa dela”, diz Ângela Paludo, coordenadora e agente de desenvolvimento da sala do empreendedor.

Por mais que difundam a cultura da Bahia, Lily e a família não pensam em deixar o Sudoeste paranaense. “Estamos gostando. Ir para lá, agora, só pra passear. As pessoas daqui são legais, a cidade é bonita e tô vendo oportunidade de crescimento.”

Em breve, Lily do Acarajé terá um ponto fixo de vendas na Rua Romeu Lauro Werlang e, também, está disponível para eventos. Enquanto isso, segue atendendo via encomendas no delivery, sempre de quinta a sábado. Os interessados podem fazer pedidos pelo telefone whatsapp (46) 98810-2922 ou Instagram (@acarajedalily).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques