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Francisco Beltrão
terça-feira, 01 de julho de 2025

Edição 8.236

01/07/2025

Centro de Ginástica do Paraná ajudou o Brasil a formar geração de atletas vencedores

Daiane dos Santos, Daniele Hipólito e Jade Barbosa são algumas das vitoriosas que treinaram em Curitiba.


De Daiane a Júlia: Centro de Ginástica do Paraná ajudou conquistas da seleção brasileira. Foto: Divulgação/CBG.

AEN – Centenas de atletas, milhares de horas de treinos e uma medalha olímpica inédita. Uma parte importante da conquista da equipe de ginástica artística brasileira, que ganhou o bronze na disputa feminina por equipes na Olimpíada de Paris, passa pelo Centro de Excelência em Ginástica do Paraná (Cegin), em Curitiba.

O local foi sede da Seleção Brasileira da modalidade na geração das atletas Daiane dos Santos e Daniele Hypólito por vários anos, ajudou a inspirar dezenas de atletas de alto nível e hoje abriga os treinamentos da medalhista curitibana Júlia Soares, integrante da equipe que ficou em terceiro lugar na competição por equipes nos Jogos Olímpicos de Paris terça-feira, 30. Além disso, é o clube onde trabalha a treinadora da Seleção Brasileira, Iryna Ilyashenko.

O Brasil ainda tem chance de aumentar o quadro de medalhas da ginástica em Paris. Sábado, 3, Rebeca Andrade compete a final do salto. Segunda-feira, 5, Júlia Soares participa da competição da trave e Rebeca se apresenta na trave e no solo.

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Grande trabalho

O centro se transformou em um dos grandes palcos da ginástica artística brasileira na virada dos anos 2000, quando o espaço foi construído pelo Governo do Estado e abrigou os treinadores recém-chegados da Ucrânia, Oleg Ostapenko e Iryna Ilyashenko.

Os dois profissionais foram contratados pela Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), que durante a década de 1990 tinha mudado sua sede para Curitiba. Com a chegada deles, o centro abrigou, por quase uma década, a elite da ginástica artística nacional.

“De 2001 a 2008, as principais ginastas da seleção treinaram aqui de maneira permanente. Daiane dos Santos, Lais Souza, Jade Barbosa, além de várias outras atletas de diversas categorias”, diz Eliane Martins.

“Foi o grande ‘boom’ da ginástica artística. Foram profissionais que se estabeleceram na cidade visando, inicialmente, os Jogos de Atenas, em 2004, mas trouxeram uma cultura de treinamento para o Brasil”, disse a presidente da FPRG, Márcia Aversani. “O Cegin tem uma grande importância para a ginástica brasileira. Além de ter uma história muito rica, da época em que a Seleção Brasileira se estabeleceu em Curitiba, ele é um grande clube formador de atletas de alto rendimento”.

No período em que Curitiba foi sede da CBG e dos treinos da equipe principal da ginástica brasileira, o país conquistou a primeira medalha de ouro em um campeonato mundial, com Daiane dos Santos, e obteve classificações históricas nos Jogos Olímpicos de Atenas e Pequim. Na Grécia, em 2004, o Brasil conseguiu pela primeira vez na história se classificar para a Olimpíada com uma equipe completa, e na China, em 2008, chegou pela primeira vez à uma final olímpica por equipes.

A ginástica artística feminina do Brasil mudou de patamar ao longo deste período. Antes dos anos 2000, o Brasil nunca tinha ganhado uma medalha nas olimpíadas ou em mundiais. Desde então, o Brasil conquistou um ouro, duas pratas e dois bronzes olímpicos – considerando as duas medalhas já conquistadas em Paris –, além de quatro ouros, cinco pratas e cinco bronzes em campeonatos mundiais.

O Cegin, inclusive, mantém um trabalho de destaque mesmo após a saída da Seleção Brasileira de Curitiba, em 2009, com centenas de atletas formadas no complexo, que segue sendo uma referência para a prática da modalidade no país. “O único local igual a esse é o centro de treinamento do Comite Olímpico Brasileiro, no Rio de Janeiro, que foi construído pra os Jogos Panamericanos”, afirmou Eliane.

Ao todo, 45 ginastas entre 8 e 24 anos treinam no ginásio. Entre elas, estão a medalhista Júlia Soares, de 18 anos, e Carolyne Pedro, que também está em Paris como reserva da equipe nacional.

As duas começaram no esporte aos 4 anos, inspiradas pelas gerações que treinaram anteriormente no Cegin.

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