Ele trabalhou no Paulinho do Cachorro-Quente; agora dirige um Scania trucado.

Anderson Ferreira de Camargo, 32 anos, o Gordinho, deixou de ser garçom para ser motorista de caminhão. Está na atividade há 11 anos. Começou como funcionário da Expresso Mercúrio fazendo entregas na região. Primeiro guiava um caminhão Mercedes Benz 608 e depois uma camioneta furgão Mercedes Benz 710. Mais tarde, passou a trabalhar na Transportadora Alpha com um caminhão Mercedes Benz baú.
Ele começou nesta atividade por causa do sogro Vilmar Machado e o irmão Adriano Ferreira de Camargo, que já estavam na boleia de caminhão e falavam da profissão para Gordinho. “Fiz a carteira de motorista e fui atrás desse sonho maluco”, conta. Antes de trocar de profissão, Gordinho era garçom no Paulinho do Cachorro-Quente.
Atualmente trabalha com um caminhão Scania bi-truck da empresa Duate Transportes, com câmara fria transportando frutas, produtos lácteos para vários supermercados e laticínios da região. Do Sudoeste, Gordinho transporta queijos para empresas compradoras de todo o Brasil.
Ele diz que gosta de ver coisas novas. “Todo dia tem uma coisa diferente, pode ser uma coisa boa, outra ruim.” Ele passa de três a quatro dias fora de casa. Gordinho lembra que no começo da carreira era difícil pra localizar as empresas onde tinha de fazer as entregas. Ele ía até as prefeituras pegar mapas da cidade pra saber como chegar a determinados endereços. “Não tinha GPS. Cada um ganhava um mapa”, relembra.
Situação nas estradas
Gordinho diz que nos postos de combustíveis do Paraná e São Paulo é boa a condição. “No Mato Grosso e no Nordeste tem postos que nem porta tem nos banheiros”, relata. Há postos que não deixam os motoristas pernoitar se não abastecer. As estradas, conforme o motorista, no Paraná não estão boas. Mas ele ressalta que as rodovias dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro encontram-se em boas condições. “Em cada canto é um pedágio, mas as rodovias tão boas.”
O segmento de caminhões com câmara fria é um dos mais visados pelos assaltantes. Para evitar assaltos, Gordinho diz que é preciso “ficar ligado, se cuidar nos postos que a gente para”. Essa preferência por caminhões com câmara fria não interessa a idade, o importante é a carga que é de alto valor. Até agora Gordinho não foi assaltado. Por isso,“a gente sempre pousa em postos que o patrão autoriza”.
Acidente
Há pouco mais de três meses ele sofreu um acidente, em Araucária, na região metropolitana de Curitiba. “Esse foi o pior momento da minha vida”, afirma. Estava chovendo forte, ele pisou no freio, o caminhão aquaplanou e ele bateu atrás de outro caminhão. Foi preciso trocar a cabine do seu veículo. Mas Gordinho não se feriu. Ele teve vontade de desistir da profissão porque o susto foi grande. Mas superou o trauma e já voltou ao trabalho. “Isso faz parte da profissão, se você vai voltar ou não. Toda viagem é diferente”, argumenta.
O condutor de veículo com câmara fria tem que ficar atento porque são dois motores – do caminhão e da câmara fria. “Funcionou demais, preocupa; funcionou de menos, também; tem que tá perfeito, tem que cuidar as temperaturas de alguns tipos de cargas.”
Família
Gordinho é casado com Carla, funcionária do setor de limpeza do Hospital Regional, e com ela tem os filhos Kauã, Laura e Helena.
“Todo dia tem uma coisa diferente, pode ser uma coisa boa, outra ruim.” Gordinho passa de três a quatro dias fora de casa nestas viagens.