JdeB – As seções eleitorais foram abertas nesta terça-feira, 5, nos Estados Unidos, onde os eleitores escolhem o próximo presidente, que governará o país pelos próximos quatro anos. Na disputa estão a atual vice-presidente Kamala Harris, do Partido Democrata, e o ex-presidente Donald Trump, do Partido Republicano.
As eleições presidenciais dos Estados Unidos ocorrem a cada quatro anos e seguem um sistema complexo, que difere bastante das eleições diretas comuns em muitos outros países. Em vez de eleger diretamente o presidente, os cidadãos americanos votam em delegados, conhecidos como “eleitores”, que compõem o Colégio Eleitoral, o órgão que oficialmente escolhe o presidente e o vice-presidente do país.
O Colégio Eleitoral
O Colégio Eleitoral é formado por 538 eleitores, distribuídos entre os 50 estados e o Distrito de Columbia. Cada estado possui um número específico de eleitores, equivalente ao número de representantes que tem no Congresso: a soma dos deputados na Câmara, proporcional à população do estado, e dos dois senadores. Califórnia, por exemplo, é o estado com mais eleitores (55), enquanto estados menores como Vermont e Wyoming possuem apenas três.
Para vencer a eleição, um candidato deve obter a maioria dos votos do Colégio Eleitoral, ou seja, pelo menos 270. Esse sistema torna alguns estados mais decisivos que outros, especialmente os chamados “swing states” ou “estados-pêndulo” — aqueles em que o voto tende a ser mais competitivo e pode variar de eleição para eleição entre democratas e republicanos, como Flórida, Pensilvânia e Wisconsin.
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Em quase todos os estados, o sistema de votação é “winner-takes-all” (o vencedor leva tudo). Isso significa que o candidato que ganha a maioria dos votos populares em um estado conquista todos os eleitores do Colégio Eleitoral desse estado. A única exceção são Maine e Nebraska, que distribuem seus votos eleitorais de maneira proporcional, possibilitando que os eleitores possam ser divididos entre os candidatos.
Esse método cria situações em que um candidato pode ganhar a maioria dos votos populares em todo o país, mas ainda assim perder a eleição. Isso já aconteceu em várias ocasiões, incluindo as eleições de 2000 e 2016, nas quais os candidatos democratas ganharam o voto popular, mas os republicanos venceram no Colégio Eleitoral.
A Escolha dos Eleitores e o Dia da Eleição
A votação popular ocorre sempre na primeira terça-feira de novembro, chamada de “Election Day”. No entanto, os eleitores só se reúnem para votar oficialmente no presidente e vice-presidente em dezembro, em seus respectivos estados. Esses votos são então enviados ao Congresso, que se reúne em janeiro para contar oficialmente os votos e declarar o vencedor.
Potenciais Reformas e Críticas ao Sistema
O sistema de Colégio Eleitoral é frequentemente debatido nos EUA, com algumas vozes sugerindo mudanças ou a adoção de uma eleição direta baseada no voto popular nacional. Críticos afirmam que o sistema atual dá muito poder aos estados-pêndulo, enquanto defensores argumentam que ele garante uma representação mais equilibrada dos interesses de estados grandes e pequenos.
Assim, as eleições presidenciais dos EUA combinam uma série de processos que garantem tanto uma representação regional quanto uma disputa nacional, moldando o sistema político do país e, muitas vezes, levando a debates intensos sobre a legitimidade e a eficácia desse modelo.