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Francisco Beltrão
segunda-feira, 16 de junho de 2025

Edição 8.226

14/06/2025

SAFRA 2024-2025

Primeiras lavouras de soja vão começar a ser colhidas

JdeB – Nos próximos dias deve começar a colheita da soja em alguns municípios da região de Francisco Beltrão. As primeiras lavouras, chamadas de superprecoces, de ciclo de cultivo mais curto, foram plantadas no começo de setembro e há áreas  que já foram dessecadas (secagem das plantas com químico) para que a colheita seja feita em poucos dias. O milho cultivado para uso comercial pelas indústrias começa a ser colhido também na região e a perspectiva é de uma ótima safra. 

Leandro Giacomin: lavouras de soja precisam de mais chuva. Foto: Flávio Pedron/JdeB.

Leandro Giacomin, encarregado do entreposto da Coasul da Vila Rio Tuna, em Francisco Beltrão, diz que “a gente está com uma expectativa boa de recebimento, o clima se comportou bem, agora nos últimos dias até está faltando um pouco de volume de chuva, mas basicamente para a soja e o milho, já está praticamente na época de colheita, o pessoal que está fazendo silagem nas lavouras de milho, e os que vão colher milho pra grão, agora a colheita vai ser nos próximos dias e aí vai começar o recebimento desses produtos. Temos uma expectativa boa de produtividade, o produtor também está bem contente. O milho se desenvolveu bem aqui na nossa região, apesar que não é um volume grande de plantio de milho pra grão. Mas a gente espera aí que dê um bom volume”.

Leandro diz que a perspectiva é de uma grande safra de milho. “A gente trabalha de 400 a 500 sacas por alqueire nesta safra de verão. Mas vai ter a lavoura que vai produzir até 5.500 quilos pelo que o pessoal comenta. Mas não sei se chega a ser de média. A média, às vezes, dá menos, porque tem áreas que dão menos. E com a soja, o pessoal está bem otimista também. Apesar que nesses últimos dias tem faltado chuva. Mas acreditamos que se nesse final de semana der uma chuva que está prevista aí, pode dar uma animada no pessoal, e mantendo as produtividades ainda de uma boa safra e de recebimento esse ano”, informa o encarregado

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A Coasul possui duas unidades de armazenagens em Francisco Beltrão. Conforme Leandro, a estimativa é de receber esse ano no milho de verão 100 mil sacos no entreposto do Rio Tuna e na safra de soja em torno de 450 a 500 mil sacos.

Na unidade da Linha Gaúcha, a expectativa é que sejam recebidos em torno de 500 a 550 mil sacos de soja. O milho que a Coasul recebe basicamente é usado nas suas fábricas de ração. A cooperativa possui fábricas de ração para os aviários integrados e para alimentar outros tipos de criações.

Antoninho Fontanella, técnico do Deral-Seab, núcleo regional de Francisco Beltrão-Dois Vizinhos, informa que a primeira safra de milho teve “cheia” e que as condições do clima já não influenciam mais nas plantas.

“Ela está basicamente toda na fase de maturação e essa é uma cultura que foi beneficiada em função das condições do clima que aconteceu em outubro, novembro e início de dezembro”, destaca Antoninho. 

Preocupação é com as lavouras soja do tarde

JdeB – Técnicos e agricultores estão preocupados com as condições climáticas para as lavouras de soja que foram plantadas mais tarde. Teve muitos produtores que decidiram plantar mais tarde a soja – final de outubro ou início de novembro.

“Essa soja que está precisando de chuva agora é a que foi plantada em cima da resteva do trigo. Então, a pessoa colheu o trigo e plantou a soja no ciclo mais tardio, até no mês de dezembro teve chuvas razoavelmente bem, mas agora entrou janeiro e já diminuiu esse ritmo de chuva e é um período crítico, vamos dizer assim, porque é onde a planta está na formação de grãos e tá precisando de água. Então, caso não chova nos próximos dias, pode, cada dia que passa aí, tem percas que podem ser consideradas lá no final, resultando numa produtividade menor”.

Antoninho recomenda que os produtores não façam o plantio das culturas da safrinha com baixa umidade, “porque o custo de implantação das lavouras é muito alto e a falta de umidade poderá não germinar direito a lavoura. A boa produtividade inicia com uma boa germinação das lavouras e, com certeza, nós temos que torcer para que isso aconteça e o produtor, tendo uma boa germinação das plantas, vai ter uma safra, com certeza, mais produtiva com uma realização melhor da sua atividade nas lavouras”.

Os técnicos do Deral-Seab devem reavaliar, nos próximos dias ou nos próximos meses, as safra para quantificar melhor se a questão climática vai influenciar na produtividade. “A gente sabe que sim, porque a formação de grão também depende de uma boa umidade e, claro, essas altas temperaturas também eram bastante prejudiciais para a formação do grão, principalmente na cultura da soja”, comentou.

Na região de Francisco Beltrão-Dois Vizinhos foram plantados 309 mil hectares na safra 2024-2025. Se as condições climáticas forem positivas, a região poderá colher 1.251.000 toneladas desta cultura.

Produtor espera chuva para lavouras de soja

JdeB – O agricultor Gilberto Menin, da Vila Rio Tuna, em Francisco Beltrão, plantou 700 hectares de soja na safra 2024-2025, e vai começar a colher as primeiras lavouras na próxima semana. Essas primeiras áreas, Gilberto utilizou variedades superprecoces, de ciclo mais curto. Gilberto implantou suas lavouras de forma escalonada, em vários períodos, em áreas próprias e arrendadas. As duas preocupações do produtor, no momento, são a cotação do dólar e a baixo volume de chuvas.

Para começar a colheita na próxima semana, ele já fez a dessecação destas lavouras. Sobre a produtividade nesta safra, Gilberto prevê que será diversificada. “É variado, é localizado. Tem áreas boas, tem áreas que não choveu quase, que está ruim, vai ser uma produção bem instável esse ano, não tem regularidade de chuva para nós aqui”, informa. 

Para as primeiras lavouras, o agricultor espera uma produtividade na faixa de 60 sacas por hectare, dentro da média.

O produtor rural relata que as primeiras lavouras não dependem mais das condições climáticas para determinar a produtividade. Mas aquelas que foram plantadas no mês de outubro para frente estão sofrendo por causa da estiagem. “Nós precisamos de chuva. Se não chover dentro do mês de janeiro, o esperado vai ser uma quebra bem grande na produção”, diz, preocupado.

Gilberto Menin: preocupação com o dólar e a falta de chuvas. Foto: Flávio Pedron/JdeB.

Gilberto plantou milho e ainda não começou a colheita, mas espera uma boa produção. “O milho tá bom, o milho do cedo esse ano vai ser uma safra boa, uma safra que dá pra se dizer que não perdeu por causa do clima”, relata. O agricultor diz que vai área que a produtividade deverá chegar a 200 sacas por hectare. Milho e soja têm regulação pela cotação do dólar. No Brasil, a alta cotação do dólar preocupa o agricultor. “O custo da produção subiu com o dólar alto, com o juro alto, a falta de recurso e o preço do grão caindo. Desestabilizou, deu uma desequilibrada nos preços na economia nossa”, analisa.

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