Será necessário também contratar uma empresa especializada visando elaborar estudos e projetos para, de fato, um aeroporto.

JdeB – O secretário municipal de Infraestrutura Urbana, Júnior Galvão, em entrevista ao Jornal de Beltrão e à Rádio Educadora, esclareceu diversos aspectos que envolvem o futuro aeródromo. Ele confirmou que a proposta da administração municipal anterior é para uma pista de 1.190 metros por 30 metros de largura. Para um aeroporto de médio ou grande porte é necessário adquirir pelo menos 30 alqueires de terra e elaborar uma série de projetos e estudos.
Apesar dos problemas, Júnior Galvão disse na entrevista que o prefeito Antonio Pedron (MDB) pediu para seus assessores agilidade nos processos envolvendo o futuro aeródromo/aeroporto. Será necessário também elaborar diversos projetos com a contração de empresa especializada.
A intenção é executar as obras já que o governador Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD) esteve em Francisco Beltrão em dezembro de 2024 e garantiu a liberação de R$ 20 milhões para colaborar com este projeto.
Confira a entrevista de Júnior Galvão.
JdeB – Foram divulgadas várias informações sobre as obras do novo aeroporto, a terraplanagem e outras questões. A nova gestão pública tem uma posição? O que a administração municipal está pensando ou planejando? O trabalho de terraplanagem continua?
Júnior Galvão –A gente está tratando essa obra como a terraplanagem do aeródromo. Particularmente, ainda nós não temos um aeroporto porque o projeto ainda não está aprovado. O que a prefeitura está fazendo? Existe um contrato de terraplanagem que está em vigor. A empresa continua trabalhando nessa terraplanagem e a prefeitura, agora, junto com a equipe da Secretaria de Planejamento também nós estamos buscando a ampliação da licença ambiental. Quando a gente entrou [no mandato] no dia 2, nós pegamos esse processo, a licença ambiental que existia, que existe hoje, que está vigente, é para uma pista de 30 metros de largura por 1.190 metros. Mas o projeto que foi apresentado para a sociedade previa uma pista de 1.850 metros. Para ter uma pista de 1.850 metros é necessário um outro estudo ambiental que se chama EIA-RIMA. Nós já estamos em contato com vários órgãos e empresas que elaboram esse tipo de documento para liberar essa sequência. Então, no momento que nós temos em andamento é a terraplanagem da pista. Foi lançado ano passado notícias sobre a pavimentação, mas também não pode pavimentar enquanto nós não tivermos a liberação de todo o trecho da pista. Então, estamos trabalhando junto com outras secretarias, principalmente do Meio Ambiente, para resolver essa questão dessa ampliação da licença para que se possa seguir em frente com esse projeto. Também identificamos que a área comprada para o nosso futuro aeroporto até o momento são três alqueires. Então essa área comprada, ela delimita exatamente a pista. Mas para nós termos o aeroporto, nós precisamos adquirir de 30 a 40 alqueires. Então, esse é outro processo de pretensão de recurso, é outro trâmite interno para conseguir viabilizar o aumento dessa área. Porque só a pista não resolve. É preciso de mais área. Existe uma área por norma de recuo, afastamento lateral, cabeceira de pista e tal… Existe a necessidade de terminal [de passageiros], dos hangares e isso vai em torno de 40 alqueires. Além de todo o acesso, porque precisa providenciar também a regularização do acesso, que hoje ainda não está regulamentado. Mas está indo… A terraplanagem é importante, ela está em andamento.
Flávio: A terraplanagem vai mais quanto tempo?
Júnior Galvão – Pelo que eu vi no contrato com a empresa, são mais quatro meses de terraplanagem. Eles estão movimentando hoje, se eu não me engano, duzentos e poucos mil cúbicos de terra. É um negócio assim… É um volume muito grande. Porque é uma obra grande, uma obra importante, que envolve recursos financeiros grandes também.
JdeB – o EIA-Rima, o estudo relator de impacto, é uma questão de ver os impactos que isso e medidas compensatórias. Mas os projetos de terminal, a questão de pista e outras coisas que são necessárias?…
Júnior Galvão – Não tem. Nós temos o projeto de terraplanagem final, o projeto de uma pista de 1.190 metros, mas limitada a essa área que existe a licença ambiental. Na sequência, depois de conseguir o aumento dessa licença ambiental, daí nós vamos iniciar o processo de contratação de projetos executivos, nós precisamos resolver a questão do aumento de área, uma série de fatores. O Pedron pediu para nós agilidade em todo esse processo, mas que a gente cumpra as etapas corretas, desde a legislação municipal, federal e estadual e principalmente ambiental. Então, estamos tendo um cuidado muito grande. Nós não demos andamento a nenhum tipo de serviço enquanto não tivermos esse aumento da licença. O custo estimado para conseguir essa licença, hoje, ela vai dar em torno de um milhão, um milhão e poucos mil reais. É uma licença cara. Estamos tentando ver o que consegue fazer com os profissionais da prefeitura mesmo e nós vamos ter que acabar contratando alguns serviços necessários para essa licença. Mas a obra está lá, a terraplanagem continua, não foi priorizada em nenhum momento. A empresa já está numa fase, alguns trechos da pista, eles já estão fazendo a compactação final. Estamos estudando agora uma proteção mecânica para essa parte que já está compactada, porque precisamos de uma estimativa de prazo, de quando a vamos conseguir pavimentar. Mas não podemos perder o que está feito. Então, está tendo um cuidado junto com a empresa que está fazendo a terraplanagem para resguardar esse serviço que está executado lá.
JdeB – A questão da compactação dessa futura pista. Dizem que é para um aeroporto de cargas, para aeronaves maiores.
Júnior Galvão – Não, o que chegou para nós, até onde eu me informei, existe uma classificação de pistas que se chama PCN. Então, existem alguns números de PCN que identificam a capacidade de carga dessa pista. Pelo que eu vi no nosso projeto, ela é um PCN 42. Até onde me informaram, o 42 você não consegue ter voos, como é que eu vou dizer, para aviões de carga e aviões de grande porte. Então, a expectativa nossa é depois da obtenção desse EIA/Rima, revisar esse projeto para aumentar essa capacidade de pista. Mesmo que não use, mas pelo menos a compactação de pista não pode depois aumentar. Então, se o objetivo é transformar isso em um terminal de cargas no futuro, vamos ter que entender essa demanda de mercado, mas já partir para uma compactação de pista maior, que essa compactação é feita no finalzinho. Então, conseguimos fazer essa alteração antes de pavimentar. Mas a ideia é tentar aumentar essa capacidade da pista.