
ABr e JdeB – A alta recente do dólar e as incertezas em torno da inflação e da economia global fizeram o Banco Central (BC) aumentar mais uma vez os juros. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa Selic, juros básicos da economia, em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano. Além de esperada pelo mercado financeiro, a elevação em 1 ponto havia sido anunciada pelo Banco Central na reunião de dezembro.
Em comunicado, o Copom afirmou que as incertezas externas, principalmente nos Estados Unidos, suscitam dúvidas sobre a postura do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano). Em relação ao Brasil, o texto informa que a economia brasileira está aquecida, com a inflação cheia e os núcleos (medida que exclui preços mais voláteis, como alimentos e energia) acima da meta de inflação, e que as incertezas sobre os gastos públicos provocaram perturbações nos preços dos ativos.

Cautela com empréstimos
O contabilista e professor da Unipar, André Comunello, falou sobre a alta da Selic ontem pela manhã, no quadro Economia em Pauta, da Rádio Educadora, e explicou que a taxa definida pelo Copom se baseia em um cenário mais inseguro em relação à economia global e de alta da inflação no País. O aumento torna o crédito mais caro para quem pega empréstimos, mas torna os investimentos financeiros mais interessantes. “Para o tomador de crédito, a Selic alta não é favorável, mas para o poupador é algo que faz repensar os investimentos e fica em uma situação mais confortável”, detalhou.
A principal dica do professor á avaliar a necessidade de empréstimos e, quando for inevitável, estar atento às linhas de crédito. “Existem taxas que está indexadas á Selic e que acompanham essa movimentação da taxa básica de juros. Nestes casos, é bom estar ciente de que essa taxa pode ser ainda maior nos próximos meses, já que o Copom indicou tendência de alta da Selic”, orienta. A perspectiva é de que 2025 termine com juros básicos de 15%.