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Francisco Beltrão
domingo, 15 de junho de 2025

Edição 8.226

14/06/2025

Beltrão precisa pensar mobilidade para pedestres e ciclistas, diz professor da UTFPR

A da ciclovia na Rua Curitiba, inaugurada em 2014. Hoje, o trecho visto na foto foi desativado. Foto: Arquivo JdeB.

Por Jônatas Araújo A segurança para pedestres e ciclistas precisa ser prioridade em Francisco Beltrão, e o município deve observar os projetos de mobilidade urbana que deram certo em outros países para, no futuro, poder comportar um trânsito já bastante afogado. Essa é a sugestão do professor da UTFPR de Francisco Beltrão, Fernando César Manosso.

Para ele, o grande problema das gestões de Beltrão é priorizarem os carros ao pensarem em mudanças para o trânsito. Com ruas que possibilitam cada vez mais a velocidade de veículos, ele vê uma grande deficiência na infraestrutura e segurança para pedestres e ciclistas.

“Medidas como mudar o sentido de uma via, alargar uma via, colocar um semáforo e colocar uma rotatória, ou tirar uma rotatória e colocar um semáforo são todas paliativas. Algumas vias que atravessam o centro da cidade, que deveriam ser muito mais calmas, têm carros passando em velocidades altíssimas, enquanto os pedestres não têm calçadas e precisam dividir o espaço com os carros.”

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Falta de investimento em infraestrutura cicloviária

Fernando diz ser necessário que as gestões compreendam que Francisco Beltrão não conseguirá comportar uma quantidade grande de veículos e ainda ter um trânsito sustentável. Ele cita países que investiram em mobilidade urbana para ciclistas e pedestres, reduzindo a quantidade de veículos nas ruas.

“A gente caminha em uma lógica contrária à tendência de países que conseguiram melhorar as condições e a segurança na mobilidade das pessoas. A gente pensa exclusivamente nos carros, infelizmente.”

Como ciclista, ele faz críticas ao planejamento feito para a ciclovia em Beltrão. Segundo ele, o projeto não funcionou por não ter pontos de ligação estratégicos para outras regiões da cidade e também por não ter dado tempo para que surgissem outros ciclistas.

“O prefeito antigo retirou [a ciclovia] da Curitiba com o argumento de que não havia usuários. Mas é óbvio, pois não há uma interligação. A gente não decide fazer uma ponte sobre um rio com base em quantos carros atravessavam o rio antes. Não atravessava ninguém. É a mesma coisa com a infraestrutura cicloviária. Ela deveria ir surgindo aos poucos para que houvesse mais ciclistas utilizando a bicicleta como meio de transporte”, explica Fernando.

No começo, muitos usuários acabaram praticando esportes no local, tanto em caminhadas quanto de bicicleta. Fernando diz que o trecho deveria ser utilizado exclusivamente para a locomoção urbana.

Hoje, Beltrão tem poucos trechos de ciclovia. No Bairro Industrial, atrás da Unipar, há um trecho de aproximadamente 750 metros, que liga a Avenida Antônio de Paiva Cantelmo à Rua Maringá. Outro trecho, de 1,7 quilômetro, fica na Santo Fregonese, margeando o Lonqueador, e segue pela Rua Curitiba até o Parque de Exposições. Um outro trecho menor fica na Atílio Fontana, mas os ciclistas precisam compartilhar a via com veículos estacionados, assim no na Silvio Barbieri, onde pedestres e ciclistas usam o mesmo espaço.

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