Treinador do Mangueirinha sonha com ascensão profissional semelhante a de Baiano no CAD: “questão de currículo, o único comparável ao meu é o dele”

Por Juliam Nazaré – Consagrado treinador de futsal, Nei Victor está de volta ao começo. Após iniciar 2024 no Foz Cataratas, clube da Liga Nacional — o que parecia um retorno ao alto escalão — o pentacampeão da Série Ouro encerrou a temporada rebaixado no Mangueirinha. Renovado o contrato com a equipe sudoestina, ele voltará a trabalhar na Série Prata depois de 27 anos. Em 1998, na primeira experiência como técnico, conquistou o título com o Cascavel, no mote de uma parceria bem-sucedida e que durou 22 anos.
“Tenho dito, até, que vou terminar na Prata. Sinto que minha carreira tá chegando ao fim. Você veja, na Série Ouro os clubes estão priorizando treinadores mais jovens, mas na realidade, em questão de currículo, o único comparável ao meu é o do Baiano (CAD).” Nei está com 60 anos.
Eduardo Coelho, o “Baiano”, é o treinador com mais títulos da Série Ouro — quatro conquistados no São Miguel e dois no CAD. Nei tem cinco, todos pelo Cascavel. Baiano e o clube de Guarapuava se reencontraram em 2020, quando ambos estavam em baixa. Aquele não figurava mais entre os técnicos mais requisitados pelas “grandes” equipes, enquanto este agonizava na Série Prata e cogitava-se, inclusive, o fim da instituição. Em 2021, os dois conquistaram juntos a segundona e retornaram à Série Ouro. Na temporada passada, com Baiano, o CAD terminou o campeonato em terceiro — melhor desempenho desde o título de 2015.
Nei Victor acredita que pode ter uma ascensão semelhante. “Estou fazendo basicamente a mesma trajetória do Baiano. Eu nunca gostaria de estar na Prata, mas preciso seguir…Quem sabe não volto pra Ouro ainda em 2025. Um bom trabalho no Mangueirinha pode oportunizar isso, assim como com um desempenho ruim eu possa ficar pela Prata”, diz.
Por outro lado, afirma que tem um ambiente bom de trabalho e de relação com a torcida em Mangueirinha. “Me dou bem com todos e me sinto muito bem aqui. Pena que no ano passado eu tenha voltado e encontrado uma barca furada, porque quem montou o elenco arrebentou.”
Mangueirinha quer o acesso
“Se não fosse pra brigar pra subir, eu não permaneceria”, responde Nei ao ser questionado sobre o objetivo do MEC em 2025. Do elenco rebaixado, permaneceram apenas três jogadores: o goleiro Erick Ferro, o fixo Andreas e o ala Leite. O plantel também será jovem. Quem causa expectativa é o ala Pedrinho, craque da Série Bronze de 2024 pelo Milionários, de Guarapuava. “Tá me surpreendendo muito nos treinos”, diz Nei. Para dar experiência ao grupo, além de Leite, o MEC repatriou o pivô Malinha e o ala Dieguinho Tabaldi.
“Lá por maio e junho devemos trazer mais uns dois ou três atletas, quando as equipes da Série Ouro soltam alguns atletas”, informa.
A pré-temporada começou segunda, 10, e a equipe optou por não disputar a Copa Chopinzinho, como noutros anos. “Porque com a sequência de jogos que tem você não prepara o time”, justifica o técnico.
A preparação será com três amistosos: dia 22, em casa, contra o Capanema (Série Bronze); em Reserva do Iguaçu, dia 1º de março, com o Coronel; e de novo diante do Capanema, na quadra do adversário, em 8 de março. “A Prata será equilibrada, vejo alguns equipes se reforçando bem. O Xavantes poderia jogar a Ouro com este time que formou. Santa Helena, Paraná Clube, Terra Boa e não posso esquecer do Dois Vizinhos”, avalia Nei.
A estreia do Mangueirinha na Série Prata será em 15 de março, em casa, contra o Xavantes.