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Francisco Beltrão
sábado, 24 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Estudantes da UTFPR falam sobre experiência vivida no Projeto Rondon

Estudantes durante uma das oficinas ministradas aos alunos de uma escola no interior do município de Jesuânia, sul de Minas Gerais. Foto: Arquivo Pessoal.

Por Jônatas Araújo – O Projeto Rondon é uma ação do Ministério da Defesa para levar cidadania, desenvolvimento social e inclusão para regiões carentes do país. Existe desde 1969. Dois estudantes da UTFPR de Beltrão participaram da iniciativa neste ano e contam ao JdeB como foi viver a experiência.

Pedro Botti Capellari, 22 anos, e João Vitor Ferrari Lovera, 21 anos, são estudantes do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UTFPR. Foram voluntários para participar do Projeto Rondon. Pedro conta que conheceu o projeto através de sua tia-avó, que também participou ainda na década de 1970, quando era estudante. Com o edital sendo lançado, Pedro viu a oportunidade e aproveitou. Eles partiram rumo a Jesuânia, interior de Minas Gerais, no dia 14 de janeiro, com mais oito pessoas: seis estudantes e dois docentes da UTFPR.

Em Minas, o grupo de Francisco Beltrão se encontrou com outro grupo de alunos de Brasília. Pedro diz que conviver com pessoas de culturas diferentes é um desafio. “Quando você está lá, não importa esquerda e direita. Você vai ter que tomar banho com todo mundo. Vai dormir em alojamento. Vai comer comida fria. É muito divertido, mas é sofrido. Tem momentos que você passa fome, frio.”

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Lá, os estudantes puderam ver uma realidade distinta da qual estão habituados. A cidade pequena, com pouco mais de 4 mil habitantes, também enfrentava muitos desafios básicos, como saneamento, aterro sanitário e água tratada. “Todo esgoto vai para o rio. Não tem coleta seletiva. Não existe aterro sanitário, tudo é incinerado. Para conseguirmos informação lá, foi muito difícil. A prefeitura evitava passar informações.”

Em uma escola do interior da cidade, Pedro relata que havia um buraco improvisado desde a década de 1980 onde eram despejados esgoto e gordura da cozinha sem tratamento. Esse buraco ficava a pouco mais de dez metros de um poço artesiano do qual as crianças bebiam água, possivelmente contaminada. Ao questionarem uma funcionária, ela disse que alunos passavam mal corriqueiramente por contaminação.

O retorno positivo dos projetos sociais

Apesar dos desafios, os estudantes dizem que viveram bons momentos. João fala que a experiência de poder compartilhar na prática seu conhecimento acadêmico foi muito satisfatória. “Conheci uma realidade diferente, uma cultura diferente, um povo muito receptivo e amável. Tive a oportunidade de colocar coisas do meu curso em prática, ensinando as pessoas.”

A presença dos militares também é algo que muda a perspectiva de quem participa, diz Pedro. “Sempre vai ter um militar conosco. A gente os chama de anjos. Estão lá para cuidar de nós, para não acontecer nada conosco. Essa aproximação com o Exército é muito legal.”

Eles tiveram a oportunidade de orientar a população sobre o cuidado com o solo e as nascentes dos rios, além de ministrar oficinas sobre culinária, saúde, entre outros temas. Coisas que para os estudantes eram básicas, mas que a população local não tinha acesso. “Foi bom ver o retorno da comunidade, mandando fotos e vídeos, enviando mensagens de agradecimento, falando sobre o impacto na vida deles”, diz João.

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