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Francisco Beltrão
terça-feira, 01 de julho de 2025

Edição 8.236

01/07/2025

Vaidade, um vício de nosso tempo

Esse narcisismo não se restringe às mulheres. Há homens que não se cansam de ficar mirando o espelho, admirando os músculos deste ou daquele ângulo.


A vaidade é um sentimento antigo citado na Bíblia, no livro do Eclesiastes, no qual o rei Salomão, cansado de tanta riqueza, prazeres mundanos e poder, diz: “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade”. Em nossos dias podemos constatar isso com facilidade. Arrisco afirmar que é um dos sentimentos mais cultuados.

Basta observar a quantidade de espelhos que nos cercam por todos os lados. Há pessoas que não vivem sem poder contemplar a própria imagem, fazem isso o tempo todo. No elevador, geralmente uma ou mais paredes são espelhadas; nas lojas e em shoppings eles estão por toda a parte. Nas casas modernas há espelhos em quase todos os ambientes, e nas academias — verdadeiros templos de exaltação ao corpo — eles tomam conta das paredes. Dá a impressão de que algumas pessoas vão ali não para se exercitar, mas para se enlevar com a própria imagem, tamanha é a contemplação que fazem de si.

E há também esse exagerado culto ao corpo, as poses de todos os ângulos e as fotos no smartphone. Cuidar da aparência certamente é uma qualidade, mas tornar-se escravo da própria imagem é algo meio estranho. Esse narcisismo não se restringe às mulheres. Há homens que não se cansam de ficar mirando o espelho, admirando os músculos deste ou daquele ângulo. A impressão é que, se de uma hora para outra os espelhos sumissem, muitas pessoas ficariam desnorteadas, sem saber para que lado olhar.

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A desmedida valorização ao corpo e à beleza acaba interferindo na vida das pessoas que fazem disso um objetivo de vida. Queiramos ou não, escravizar-se da beleza é uma ilusão, porque o tempo é implacável, e com a sua passagem aparecem sinais de desgaste e decadência física. A pele muda, os cabelos rareiam, ou somem por completo, e até a postura vai se modificando. Quem insiste em lutar contra essa tendência, gasta muito tempo e dinheiro tentando disfarçar as mudanças. Uma luta inglória, em que o tempo invariavelmente leva a melhor.

Precisamos entender que a passagem do tempo é inexorável e as mudanças são inevitáveis. E a vaidade, queiramos ou não, torna-se obsoleta e sem sentido.

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