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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

ALTO IMPACTO

Carne bovina é a mais impactada após gripe aviária no Brasil

Produtores do Sudoeste temem os efeitos na cadeia produtiva e na economia regional.


Segundo o VBP (Valor Bruto da Produção), o Sudoeste movimentou mais de 10 bilhões no setor de bovinos em 2023.
Foto: Jônatas Araújo/ JdeB..

A carne bovina foi a mais afetada após a descoberta do primeiro caso de gripe aviária em granja comercial no Brasil, no dia 15. Levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) indicou um recuo de 3,7% no valor da carcaça casada bovina no atacado da Grande São Paulo. A carne bovina teve recuo de 0,5%; a de frango, 1%.

Segundo o Cepea, a queda nos preços dos cortes e a pressão dos frigoríficos nas negociações para compra de novos lotes indicam que o mercado pecuário já sente os efeitos de um possível aumento na oferta interna de carne de frango.

O presidente da Sociedade Rural de Beltrão, Cláudio Borges, avalia que, apesar de a situação ser considerada isolada, os impactos podem se estender a toda a cadeia produtiva, refletindo diretamente na economia local.

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“É uma preocupação muito grande do agronegócio porque é uma cadeia. Esse frango, automaticamente, não vai para exportação; esse ovo também não vai e tende a ficar no mercado interno. Há um risco de essa cadeia ser puxada toda para baixo, afetando também a suinocultura e a bovinocultura.”

O receio entre os produtores é de que o aumento da oferta interna de carne de frango provoque uma retração nos preços, como já vem acontecendo, e persista, levando a desestímulo nos investimentos e queda na renda do setor. “A nossa região é uma grande produtora de frango. Logicamente, os preços devem cair, o produtor deve se preocupar, não deve investir. Isso vai refletir diretamente no comércio da nossa região.”

Um problema para todo o agronegócio

Cláudio Borges diz que o agronegócio em nossa região não se resume apenas ao setor de frigoríficos, mas envolve toda uma cadeia de produção de grãos, leiteira, com investimento em maquinários, equipamentos e mão de obra. Ele acredita que, caso não seja sanado com rapidez, todo o setor poderá sentir os impactos econômicos causados pela gripe aviária.

“Segundo algumas notícias, já se fala em 150 a 200 milhões de toneladas que podem ficar no mercado interno. Então, é uma preocupação muito grande com isso e há um receio na economia. O produtor fica em alerta e, com certeza, teremos prejuízos na cadeia e na região.”

A avicultura é o segmento mais expressivo do agronegócio no Sudoeste e, atualmente, conta com um rebanho superior a 80 milhões de aves. Em 2023, o agronegócio da região movimentou 198 bilhões de reais, segundo o Valor Bruto da Produção (VBP). Só a avicultura foi responsável por 57,7 bilhões de reais, o que representa 28,9% do VBP total.

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