Frio e menor exposição à luz natural influenciam humor, apetite e escolhas alimentares, diz especialista.
Da assessoria – Com a chegada dos dias mais frios, muitas pessoas relatam um aumento no apetite. Segundo a nutricionista e coordenadora do curso de Nutrição da Unipar, campus de Francisco Beltrão, doutora Indiomara Baratto, essa percepção tem base científica. “Fisiologicamente, no frio, o organismo gasta mais energia para manter a temperatura corporal em condições normais. Esse gasto extra nos leva a sentir mais fome que o habitual”, explica.
A especialista destaca que, ao precisar produzir mais calor para manter a temperatura adequada, o corpo demanda mais calorias, o que estimula o apetite, especialmente por alimentos calóricos e ricos em carboidratos. “O corpo identifica quais alimentos vão realmente fornecer mais energia.” Além disso, o frio e a menor exposição à luz natural afetam o humor e os níveis de serotonina, o que também contribui para o desejo por alimentos reconfortantes, como massas, doces e chocolates.
Indiomara lembra que os carboidratos são os principais fornecedores de energia: “O carboidrato é um macronutriente, fornecedor de energia. Para cada grama, são quatro calorias. Quando o organismo gasta mais energia, ele entende que precisa repor”.
Para manter uma alimentação equilibrada nesse período, a recomendação é planejar as refeições, evitando longos períodos sem se alimentar. Segundo a professora, isso ajuda a não cair na “armadilha do inverno”. “Buscar elaborar pratos variados, com valor nutricional adequado e que proporcionem saciedade” é uma das estratégias sugeridas.
No café da manhã, por exemplo, ela recomenda incrementar o cardápio: “Em vez de comer somente um pão com manteiga, acrescentar um ovo pode proporcionar maior saciedade e, automaticamente, seu organismo demora mais pra sentir fome”. À noite, as sopas são uma boa pedida, desde que contenham fontes de proteína.
Por fim, Indiomara reforça a importância de um acompanhamento profissional. “Buscar um nutricionista que possa entender as preferências alimentares e respeitar a história de cada paciente é a melhor estratégia para não exagerar durante essa fase do ano.”
